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471 detentos do Amazonas fazem provas do Enem

A chance de um novo começo fora dos muros que cercam o Centro de Detenção Provisória II (CDPM II), é o que motivou o detento Marcelo Texeira a disputar uma das vagas no curso de biblioteconomia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Assim como ele, outros 60 apenados da mesma unidade prisional, localizada no km 8 da BR-174; outros 329 de outras unidades da capital e 81 do interior, num total de 471 detentos no estado, realizaram nesta terça-feira (23), a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com o mesmo intuito: mudar de vida por meio do ensino superior.

“O meu sonho é me tornar um bibliotecário. Em uma das oportunidades que já me deram, eu trabalhei muito tempo na área de biblioteconomia e assim, ter a graduação e a formação, pra mim, é um sonho que eu almejo”, conta Marcelo, enquanto se prepara para a aplicação do teste.

Preparação – Além da preparação das salas para as provas, que seguiu todas as normas sanitárias para evitar a proliferação da Covid-19, a unidade também dispôs uma equipe formada por psicólogos, assistentes sociais e professores, que atuam no CDPM II, para auxiliarem os detentos nos estudos para a prova. Quem acompanhou de perto essa preparação foi a assistente social Antônia Ventura, que destacou o trabalho educacional realizado.

“A unidade conta com a participação de todo o corpo técnico e professores, que são da Seduc, e eles fazem um preparatório exclusivo do Enem, voltado para todas as áreas que vão ser aplicadas no Enem, principalmente também voltada à redação. Então eles já são treinados e também durante a aula que tem na unidade, realizada pela Seduc, em parceria com a Seap”, destaca a assistente social.

Ressocialização – De acordo com o diretor do CDPM II, Jean Carlos, a aplicação do Enem para os apenados é um complemento fundamental do trabalho de ressocialização já desenvolvido pela unidade prisional, para melhorar a perspectiva de vida dos detentos, por meio dos estudos e de programas sociais.

“Os nossos internos, além de trabalharem, também têm outras atividades relacionadas à ressocialização. O Enem vem completar essa lacuna que fica faltando aqui no sistema prisional. É muito importante, porque ele faz também com que os internos voltem a estudar, tenham capacidade de realizar algum sonho”, diz o diretor.

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