Ações integradas com a operação Hórus, do programa federal V.I.G.I., de vigilância das fronteiras, tem provocado prejuízo milionário nos criminosos do estado

Desde que foi instalada, há nove meses, a Base Arpão contabilizou R$ 91 milhões de perdas ao crime organizado no Amazonas. A base fluvial patrulha a região do Médio Solimões, uma Zona Vermelha onde atua o tráfico de drogas, transporte de madeira e minério ilegal e grupos de piratas, que atacam embarcações de passageiros que fazem a rota até Manaus.
Baseada no município de Coari, ancorada numa comunidade a 363 km da capital do Amazonas, a base – de agosto de 2020 a abril de 2021 – apreendeu quatro toneladas de drogas, 41 toneladas de pescado ilegal, cinco toneladas de minério, 73 armas de diversos calibres, 26 embarcações, além de prender 180 pessoas.
A tripulação da base tem policiais militares do Comando de Policiamento Especializado (CPE), policiais civis, mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militares, agentes da Força Nacional (FN) e cães especializados em faro de narcóticos da Companhia de Policiamento Independente com Cães (Cipcães).
“É uma estratégia acertada, e isso está mais que comprovado pelos resultados positivos tanto na apreensão de drogas quanto no combate aos piratas dos rios. A comunidade agora tem mais segurança, para viajar e para transportar sua produção. Antes os relatos de roubos naquela região eram muito frequentes, era preciso andar em comboio para não ser assaltado. A nova realidade é que o povo tem maior tranquilidade para ir e vir”, disse o secretário de Segurança do Amazonas, Louismar Bonates
Segundo ele, o balanço positivo é um reflexo da iniciativa de instalar uma base permanente em um dos rios conhecidos como rotas para o transporte de drogas e roubos, praticados pelos chamados “piratas”. A droga produzida nos países vizinhos – Colbombia e Peru – entram no Brasil pela rota do Rio Solimões.
Outro ponto positivo é a economia com o reforço policial no interior. À medida que se mantém uma base fixa, isso reduz os custos com deslocamento de equipes extras para ações pontuais.
“Antes, corria-se atrás do criminoso, quando o crime já tinha acontecido. Esse trabalho agora é de repressão forte, qualificada, mas sobretudo um trabalho de prevenção”, ressaltou Bonates.
Saiba mais
Criada pelo governador Wilson Lima, a Base Arpão é parte de uma nova política de segurança nos rios amazonenses. Foram aplicados R$ 11 milhões na frota de lanchas blindadas e velozes, que dão apoio a base.
As lanchas estão equipadas com armamento israelense com alcance de até um quilômetro de distância e 700 tiros por minuto.
O coronel Almir Cavalcante, do Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras (GGI-F), explica que as fiscalizações dos agentes da Base Arpão têm alcançado todas as embarcações que descem o Rio Solimões e, de forma efetiva, combatido diferentes tipos de crimes como tráfico de drogas e crimes ambientais.
O coronel disse ainda que, além do policiamento ostensivo e especializado, os agentes da base Arpão fazem a parte social nas comunidades, desenvolvendo a comunicação com o ribeirinho e doando pescados apreendidos.
“Além de a gente ter causado um prejuízo grande ao crime organizado, a base Arpão, além de ser um policiamento integrado que consegue coibir o crime, tem uma função social ali na região onde ela está sendo empregada. Antes da implantação da base, a população solicitava muito policiamento por conta da atuação dos piratas. Quando a base Arpão chegou, trouxe a sensação de segurança”, finalizou Cavalcante.