
Depois de 20 generais da reserva publicarem uma carta aberta sugerindo uma intervenção para defender a França de uma “guerra civil iminente”, hoje foi a vez de Emmanuel Macron sentir na pele, literalmente, a oposição ao seu governo na França.
O presidente francês foi agredido com um tapa no rosto durante uma viagem oficial ao Sul da França nesta terça-feira (8). Na confusão, duas pessoas foram detidas, segundo as autoridades locais.
Emissoras de rádio e TV da região de Drôme, próxima à Lyon, divulgaram imagens (veja o vídeo abaixo) do momento em que o presidente se aproxima de um cercado que o separa da população e recebe um tapa.
Ele cumprimenta um homem que grita “abaixo a Macronia” (A bas la Macronie), uma referência ao governo de Macron, antes de desferir um tapa no rosto do presidente.
Agentes de segurança rapidamente intervêm, tiram Macron do local e apreendem o agressor. Imagens da TV local mostram que o presidente ainda continuou na área e chegou a falar, de longe, com apoiadores.
A identidade do agressor, do segundo detido, e a motivação para o ataque ainda não foram divulgados.
Segundo a agência de notícias Reuters, antes de desferir o tapa, o agressor grita também “Montjoie Saint Denis”, uma espécie de grito de guerra do exército francês usado durante a monarquia.
Macron visitava a região para se encontrar com donos de restaurantes e falar sobre o relaxamento das normas sanitárias e a volta à normalidade com o controle da pandemia de Covid-19 no país.
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A França tem o maior número de muçulmanos no mundo ocidental, principalmente devido à migração de países do Magrebe, da África Ocidental e do Oriente Médio. Atualmente, segundo as projeções do Instituto Pew Research Center (novembro de 2017), os muçulmanos constituem 8,8% da população do país, totalizando 5,7 milhões de pessoas
O socialismo de Macron e suas políticas de concessões feitas a essa massa da população tem deixado insatisfeito uma boa parcela dos franceses, principalmente dos mais alinhados a direita, contrários a política migratória.
Cerca de 2 mil militares assinaram um outro texto em abril, afirmando terem “entrado recentemente na carreira” e conclamando as autoridades a agirem não pela cobertura midiática ou para se reelegerem, mas pela “sobrevivência do nosso país, do seu país”
“Se estourar uma guerra civil, o Exército irá manter a ordem em seu próprio solo”, diz o texto de domingo. “Ninguém deseja uma situação tão terrível (…), mas uma guerra civil está se formando na França e vocês sabem disso muito bem”, dizem trechos do documento que circula na França.
A ministra da Defesa, Florence Parly, afirmou que os envolvidos serão punidos, e o chefe do Estado-Maior, François Lecointre, disse que os militares que estão na reserva poderão ser imediatamente reformados.
Diante disso, os militares da ativa afirmaram que cabe a eles ter “a honra de falar a verdade” desta vez – após a carta dos generais da reserva condenado as concessões do governo de Macron ao islâmicos no país.
“No Afeganistão, no Mali, na República Centro-Africana, ou em qualquer outro lugar, muitos de nós experimentamos fogo inimigo. Alguns de nós perderam companheiros. Eles ofereceram suas vidas para destruir o islamismo ao qual vocês estão fazendo concessões em nosso solo”, afirmaram os militares da ativa.


