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Aluguéis com vencimento em julho terão reajustes de 35,75%

Índice responsável pelo reajuste das locações tem 1ª desaceleração no acumulado dos últimos 12 meses desde maio de 2020, diz FGV

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), utilizado para corrigir a maior parte dos contratos de aluguel no Brasil, manteve e trajetória de alta iniciada há mais de um ano e subiu 0,6% em junho. A variação representa uma desaceleração em relação ao salto de 4,1% registrado em maio.

Com a variação, divulgada nesta terça-feira (29), pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o índice acumula alta de 15,08% em 2021 e ganho de 35,75% nos últimos 12 meses.

Significa dizer que os inquilinos que pagam atualmente um aluguel de R$ 1.500 terão que desembolsar R$ 2.036 (+R$ 536,25) todos os meses para continuar morando no mesmo imóvel. Para evitar o reajuste significativo, especialistas recomendam a renegociação diretamente com o proprietário do imóvel.

O percentual acumulado a ser aplicado nos contratos de locação com vencimento em julho corresponde a um patamar 1,29 ponto percentual inferior ao reajuste dos contratos que venceram neste mês de junho (37,04%). A desaceleração no índice acumulado é a primeira desde maio de 2020, quando o IGP-M passou a figurar em 6,51%, ante 6,68% do mês anterior.

O coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, explica que a desaceleração do IGP-M ocorre com a combinação entre a valorização do real e o recuo dos preços das commodities (matérias-primas) cotadas em dólar.

“A combinação fez o grupo matérias-primas brutas cair 1,28% em junho, ante alta de 10,15% no mês passado. Com este movimento, a taxa do IPA [Índice de Preços ao Produtor Amplo] registrou expressiva desaceleração fechando o mês com alta de 0,42%”, afirma Braz.

Reajuste pela inflação

Diante da diferença entre os indicadores, algumas imobiliárias já passaram a utilizar a inflação oficial para reajustar os novos contratos de aluguel. Uma proposta de mudança foi apresentada na Câmara pelo deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), mas esbarra no interesse dos shoppings e de financeiras que administram fundos imobiliários.

O governo também é contra a proposta de mudança por entender que ela estabelece uma “interferência indevida do Estado”. A avaliação é de que o uso do IPCA para os reajustes causaria muita judicialização, grande parte dos contratos não seriam renovados, e o preço médio da locação tenderia a subir.

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