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Morte de brasileiro na Espanha gera protestos pelo país

Samuel Luiz Muñiz, jovem espanhol de origem brasileira, assassinado na sexta-feira em La Coruña
Samuel Luiz Muñiz, espanhol de origem brasileira, assassinado na sexta-feira

O auxiliar de enfermagem Samuel Luiz Muñiz, 24, foi barbaramente espancado até a morte na madrugada de sexta para sábado em La Coruña, na Espanha, em um caso que despertou uma onda de protestos contra a homofobia no país. Na segunda-feira, houve manifestações com milhares de pessoas em Madri, Barcelona e outras cidades.

A polícia investiga se a morte do jovem — que, segundo a imprensa espanhola, tinha origem brasileira, mas chegou à Espanha com 1 ano de idade — foi um crime de ódio, conforme indicam denúncias de testemunhas.

O crime aconteceu em frente a uma boate, na segunda noite em que La Coruña abria suas casas noturnas até altas horas da madrugada. Na véspera, Samuel também saíra, aproveitando o começo do verão.

Segundo relato de Lina, amiga de Samuel que testemunhou o crime, ao jornal espanhol El Mundo, a dupla deixou a casa noturna pouco antes de 3h da manhã para fumar e fazer uma videochamada para Vanesa, namorada de Lina.

Em um momento da conversa, no entanto, eles foram intimidados por um jovem que passou acompanhado por uma mulher, e reclamou que estava sendo filmado. Enquanto tentavam explicar que estavam numa conversa, Samuel teria sido ameaçado:

— Ou pare de gravar ou mato você, viado — disse Lina a El Mundo, recordando os episódios.

Ainda segundo contou a testemunha, Samuel teria tido tempo apenas para responder “viado o quê?”, antes de ser agredido com um soco forte. Lina e um jovem desconhecido teriam conseguido separar e parar o agressor.

Minutos depois, no entanto, ele teria retornado com um grupo grande, que Lina calcula em 12 pessoas. Esse grupo teria espancado Samuel até a morte, aos gritos de “viado de merda”. Em seguida, fugido. Equipes de socorro tentaram reanimá-lo por duas horas, sem sucesso.

O pai de Samuel, Maxsoud Luiz, deixou uma mensagem escrita, na qual agradeceu os serviços de saúde “por todo o esforço feito”, expressando a dor da família porque “levaram embora a única luz que iluminou a nossa vida. Sabemos que ainda teremos um longo caminho a percorrer; seremos apoiados pela nossa família, amigos e colegas que nos ajudarão a sair deste caminho tenebroso”.

A polícia investiga o caso, mas ainda não confirmou nenhuma prisão. Um representante do governo da Galícia, José Miñones, disse que a polícia irá trabalhar com “absoluta discrição e sigilo”, sem confirmar a hipótese de homofobia, mas tampouco descartá-la.

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