
A “Esperança do Amazonas”, esse é o slogan da campanha antecipada do senador Eduardo Braga ao governo do estado. Sumido da CPI da Covid-19, onde deixou de fazer parte do G-7 (grupo dos sete senadores mais influentes), o parlamentar tem aproveitado para promover eventos eleitorais no interior com recursos do Congresso Nacional.
No último domingo (1), ele esteve em Silves (200 Km de Manaus) participando de ato político, contrariando a legislação eleitoral, além do uso da máquina pública.
Ele reuniu um grupo de moradores do município e pediu votos. “Passe um WhatsApp para os teus amigos e parentes em Manaus e diga que a esperança de dias melhores está chegando e tem nome e sobrenome, Eduardo Braga (veja o vídeo).
Usando o Cotão (verba parlamentar para comprar passagens, alugar carros e avião) eles tem feito um roteiro pelos municípios amazonenses com o objetivo de se eleger governador no ano que vem.
Ao lado de aliados que fazem oposição ao atual governo, como o deputado estadual Dermilson Chagas, ele tem apoio nas ‘reuniões-comícios’ de assessores pagos com dinheiro público Braga para preparar os eventos com faixas, carros de som e outras midias de propaganda política disfarçada.

Entre as peças de propaganda, faixas com dizeres: “Silves agradece ao senador Eduardo Braga pelos R$ 8,4 milhões em recursos”, pagas com o dinheiro do contribuinte.
A reunião teve a presença de pessoas vestidas com uniformes da Prefeitura Municipal de Silves, cujo prefeito, Paulino Grana, é aliado do senador.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Constituição Federal prevê a proibição do abuso do poder político e econômico nas eleições ao dispor que devem ser estabelecidos por lei complementar os casos de inelegibilidade e seus prazos.
O objetivo das restrições, informa o TSE, é proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato – considerada a vida pregressa do candidato – e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
Denúncias
O senador amazonense figura nas investigações da ‘Operação Lava-jato’. Ele é citado em delações como o personagem de codinome ‘Glutão’, que se beneficiou de propinas em obras como a Arena da Amazônia e a Ponte Rio Negro, contruídas pela empreiteira Andrade Gutierrez.
Recentemente, colegas seus parlamentares no Congresso, denunciaram suas ligações suspeitas com Lírio Parisotto, que já foi seu suplente no Senado e padrinho de casamento e uma de suas filhas. Médico que virou empresário bem sucedido no Amazonas, Parisotto é acionista da empresa a ser vendida para a iniciativa privada.
Segundo a representação dos parlamentares Fernanda Melchionna (PSol-RS) e Glauber Braga (PSol-RJ) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Eduardo Braga “é um dos parlamentares mais empenhados e envolvidos no processo de desestatização e, simultaneamente, tem relações muito próximas com o empresário acionista da estatal.



