São 52 infectados e uma morte em oito cidades que registram casos da doença: profissionais de saúde seguem para Itacoatiara para reforçar investigações
Especialistas da Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), e de outros órgãos de saúde do Amazonas integram uma força-tarefa em Itacoatiara com o objetivo de investigar as possíveis causas do surto de rabdomiólise, síndrome associada à ‘doença da urina preta’ detectado.
Ontem (1), a FVS-RCP recebeu mais sete novas notificações da doença, que chega a 52 casos no estado – 36 em Itacoatiara, quatro em Silves, quatro de Borba, dois em Manaus, dois em Parintins, um em Caapiranga, um em Autazes e um em Maués.
“Essa força-tarefa que estamos articulando com outros órgãos é justamente para gente coordenar uma ação conjunta, por envolver pescadores artesanais, envolver questões relativas à cadeia econômica, mas, principalmente, a saúde pública. Nossa preocupação é com a segurança alimentar e com a saúde da população”, informou o diretor-presidente da FVS-RCP, Cristiano Fernandes.
Investigação – O surto de rabdomiólise vem gerando preocupação entre os amazonenses para além de questões relacionadas à saúde. O principal receio no momento é quanto ao consumo de peixes, algo bastante popular em todo o estado e que vem sendo apontado, indevidamente, como culpado pela transmissão da doença.
De acordo com o superintendente federal de agricultura no Amazonas, Guilherme Pessoa, ainda é cedo para fazer essa relação. “Nos parece ainda precipitado correlacionar isso com o consumo de peixe de modo geral”, explica.
Segundo o titular da Sepror, Leocy Cutrim, a preocupação é que a indevida associação do peixe como vetor da doença, aliada à proliferação de notícias falsas, possa afetar diretamente o setor primário e toda uma cadeia de produção que envolve a atividade pesqueira e o consumo do alimento no estado.
“Nós da Sepror estamos preocupados com a questão da diminuição do consumo de pescado por consequência de o estado ser o um dos maiores consumidores de pescado do Brasil. A gente precisa dar essa resposta à população com tranquilidade, sem criar pânico como vem ocorrendo principalmente nas redes sociais”, diz.