
Enquanto a variante ômicron vem causando recordes de casos de Covid-19 no Brasil e no mundo, um novo estudo, publicado na revista Nature Medicine ontem (20), reforça a necessidade de uma terceira dose de vacina contra a doença.
Segundo o estudo, duas doses da vacina CoronaVac, usada no Brasil e em outros 47 países, não oferece proteção contra a ômicron. De acordo com a pesquisa, pessoas que tomaram duas doses do imunizante não produziram anticorpos neutralizantes contra a nova cepa.
Já ao tomarem uma dose de reforço da vacina da Pfizer, o número de anticorpos subiu para o mesmo daqueles que tomaram duas doses do imunizante.
Além disso, os pesquisadores descobriram que pessoas que foram infectadas por outras variantes do coronavírus têm pouquíssima proteção contra a ômicron.
Os pesquisadores destacam que, para combater a variante, será necessário que a população mundial seja imunizada com pelo menos três doses da vacina. E países que usam a CoronaVac talvez seja necessário uma quarta dose para garantir a proteção.
Em dezembro, a farmacêutica Sinovac, informou que trabalha em uma atualização da Coronavac contra a ômicron. De acordo com a fabricante, a previsão é que até março ela esteja pronta.
No Brasil, a orientação do Ministério da Saúde é que a dose de reforço seja aplicada quatro meses após a segunda dose em todos com mais de 18 anos, independentemente de qual vacina tomou. A preferência é que a vacina da Pfizer seja usada como terceira dose.
De acordo com o Ministério da Saúde, a opção por essa vacina levou em consideração estudos que sugerem que a combinação de diferentes imunizantes na terceira dose aumenta a resposta imunológica do organismo. Uma pesquisa feita pela Universidade de Oxford indicou que a terceira dose da Pfizer aumenta em até 175 vezes a produção de anticorpos neutralizantes, que são capazes de bloquear a entrada do vírus nas células.