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Cheia no AM aumenta casos de diarréia, hepatite e leptospirose; saiba como prevenir

Somente em 2022, até maio, foram registrados 81.190 casos – ano passado, foram 169.456 notificações no estado

De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) somente em 2022, de janeiro até maio, foram registrados 81.190 casos de doenças transmitidas por água a partir da cheia dos rios, que ocorre anualmente no estado.

A doença que tem mais notificação é a Doença Diarreica Aguda (DDA), cujo monitoramento é realizado a partir de unidades de saúde pediátricas sentinelas. Mas também há registro de hepatite e leptospirose.

Desse total de casos, 42% (34.492) correspondem a notificações realizadas pela Vigilância em Saúde de Manaus. Em 2021, também de janeiro a maio, foram registrados 52.350 casos de DDA no Amazonas. Já em todo o ano de 2021, foram 169.456 notificações no estado.

Como forma de prevenção e cuidados, a FVS-RCP, instituição vinculada à instituição vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) de janeiro a junho deste ano, já foram liberados 1,6 milhão de frascos de hipoclorito de sódio para tratamento de água para consumo humano para os municípios.

Outras doenças

Entre as doenças transmitidas durante o período de cheia dos rios no Amazonas está a leptospirose, que ocorre a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos). De janeiro a março deste ano foram notificados 34 casos, sendo sete confirmados no Amazonas.

Outra doença com ocorrência durante as inundações é a hepatite A, cuja transmissão se dá por meio da ingestão da água e alimentos contaminados. Foram 262 casos confirmados no Amazonas, de janeiro a maio deste ano, sendo 144 em Manaus, capital do estado.

A cheia também reflete na ocorrência de acidentes por animais peçonhentos em todo o estado. De janeiro a maio de 2022, foram registrados 1.391 registros de acidentes. O animal com maior número de ocorrência é a serpente, que representa 70% dos casos registrados.

Prevenção

As medidas de prevenção e controle das doenças ocasionadas pela alteração dos níveis das águas dos rios estão relacionadas, principalmente, aos cuidados com a água para consumo humano, garantindo o uso de água potável, filtrada, fervida ou clorada.

É importante também evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Ao realizar limpeza de lama, entulhos e desentupir esgotos, devem ser usadas botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos amarrados nas mãos e nos pés).

Especificamente em relação à prevenção de acidentes por animais peçonhentos, é necessário ter atenção sobre o acondicionamento e destino adequado do lixo, manutenção da limpeza dos jardins e quintais das residências e prevenção da formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, por exemplo, como em obras de construção civil que podem deixar entulhos.

“A FVS-RCP orienta que as pessoas que estejam com suspeita dessas doenças, como a doença diarreica, por exemplo, procurem um serviço de saúde, até mesmo para evitar um quadro de desidratação, agravamento que pode ocorrer principalmente em crianças e idosos. Na unidade de saúde, o médico solicita a reposição hídrica, caso necessário”, afirma Alexsandro Melo, chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica da FVS-RCP.

Em caso de acidentes com animais peçonhentos, o paciente deve procurar o mais rápido possível a unidade de saúde mais próxima para o atendimento e, se necessário, receber o soro compatível.

Em Manaus, os atendimentos de pacientes vítimas de acidentes por animais peçonhentos são realizados na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), que é referência de tratamento com soroterapia para esses tipos de acidentes. Os números para contato telefônico da instituição são (92) 2127-3555, 2127-3401 e 2127-3519.

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