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Dirigente do Atlético-AM é absolvido, mas atleta é punido

O presidente do Atlético-AM, Henrique Barbosa, foi absolvido da acusação de “chefiar esquema de manipulação de resultado” apresentada pela Procuradoria Geral do TJD-AM (Tribunal de Justiça Desportiva do Amazonas).

A denúncia foi feita após o atleta Edirley Júlio Batista Campos, do Atlético, marcar um gol contra na partida contra o Sul América, pela oitava rodada do Campeonato Amazonense da Segunda Divisão.

O Atlético foi punido com 12 jogos de suspensão e multa de R$ 50 mil. Edirley, que não compareceu ao julgamento, foi suspenso por 360 dias e condenado a pagar multa de R$ 25 mil.

A Procuradoria Geral apresentou a denúncia baseada em materia investigativa do jornalista Deyvid Jhonatan, editor de Esportes do jornal A Crítica.

No relato, a partida estava combinada para terminar o primeiro tempo com vitória do Sul América por 1 a o, o que de fato aconteceu, e depois o Atlético venceria, de virada.

No final da partida, o Sul América vencia por 3 a 1 e o Atlético não conseguia obter a virada. A denuncia sugere que houve ordem para que o time sofresse o quarto gol, a partir de uma mudança na configuração da aposta.

Foi o que fez Edirley, ao chutar contra seu próprio gol, aos 44 minutos do segundo tempo.

A relatora da Segunda Comissão Disciplinar, Anne Clícia Alves da Silva Guilherme, considerou falta de provas contra o dirigente.

Acompanharam o voto da relatora as auditoras Maisa Morais da Silva Sousa, Íris Natália Mendonça Barros e Mirtes Rodrigues da Silva.

“Não importam minhas convicções pessoais. Eu até acho que você é culpado. Mas não tenho provas. Não existem provas contra Henrique Barbosa.

Não consigo vislumbrar uma atitude individualizada dele contra a equipe que ele preside. Voto no sentido de conhecer a denúncia e julgar procedente contra Atlético e Edirley”, disse Anne Clícia.

A tese foi levantada pelo advogado Marcelo Amil, que atuou na defesa de Henrique Cardoso.

“Peço a absolvição do Henrique, por falta de prova objetiva. Qual foi a casa de aposta? Quanto ele recebeu? Quando foi feita a aposta? Quando foi alterada? Não há respostas. Essas questões não estão nos autos, porque não há respostas”, defendeu Amil.

Presente ao julgamento, Henrique Barbosa prestou depoimento e acusou a procuradoria do TJD de irresponsável.

Ao ser questionado por Amil se chefiava um esquema fraudulento de apostas, respondeu que não e disse ser “uma irresponsabilidade da procuradoria ter me citado”. “Nem sei porque estou aqui”, afirmou.

Amil alegou não ser possível provar culpa de Henrique e acusou a arbitragem do jogo de omissão. “Deveria expulsar o Edirley [autor do gol contra], dar bola chão e relatar o fato em súmula”.

O advogado disse que só três estados brasileiros têm elementos atualmente para julgar possíveis manipulações de resultados: Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande do Sul.

“Porque lá eles contrataram uma empresa, a Sports Radar, que monitora casa de apostas. Quando as denúnicas são julgadas, a empresa apresenta relatório com toda característica da partida investigada, com odds, valores pagos e ocorrências que possam ser consideradas anormais”.

Odds são a cotação de cada time em uma aposta de futebol. Os odds refletem a probabilidade de um determinado evento acontecer em uma partida ou campeonato.

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