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Ex-líder de facção que comandou massacre no Compaj será julgado nesta segunda em Manaus

Além de Gelson Lima Carnaúba, que chegou a ser condenado a mais de 190 anos de prisão pela chacina em 2002, também serão serão julgados Marcos Paulo da Cruz e Francisco Álvaro Pereira

A 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus realiza, nesta segunda-feira (26), o julgamento da Ação Penal que tem como réus Gelson Lima Carnaúba, Marcos Paulo da Cruz e Francisco Álvaro Pereira, acusados de uma chacina no Complexo Prisional Antônio Jobim (Compaj), ocorrida em 2002, quando 400 presos tomaram o presídio por cerca de 13 horas, em maio daquele ano, assassinando 12 presos e um agente penitenciário. A rebelião foi motivada pela morte do detento André Luiz Pereira de Oliviera, que, segundo os presos, teria sido espancado e torturado por três agentes penitenciários.

O processo já foi levado a julgamento no dia 4 de abril de 2013, quando o réu Gelson Lima Carnaúba foi condenado a 191 anos de prisão em regime fechado. Na época, a defesa recorreu alegando principalmente a quebra da incomunicabilidade dos jurados e a sentença foi anulada em segunda instância. Com isso foi determinada a realização de uma nova Sessão de Julgamento.

Desde essa anulação, o Judiciário amazonense já tentou diversas vezes realizar o novo julgamento – esta será a quinta tentativa. Entre os motivos dos adiamentos estão pedidos das partes requerendo novas diligências. Carnaúba participará por meio virtual. Os demais réus, presencialmente.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM), o massacre foi comandado por Carnaúba, teve duração de cerca de 13 horas, e deixou 12 detentos mortos.

Além de participar do massacre, Carnaúba é apontado pelas investigações como um dos líderes da filial da facação carioca no Amazonas Comando Vermelho (CV).Ele está preso desde 2015 em um presídio federal de segurança máxima.

Carnaúba já tinha sido condenado a 191 anos de prisão, em 2013, mas a defesa recorreu da decisão, e o julgamento foi anulado.

Desde então, a Justiça vem tentando realizar um novo julgamento, que já foi adiado em quatro ocasiões.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Carnaúba participará do julgamento de forma virtual, enquanto os outros dois réus estarão presentes no Fórum Henoch Reis, na Zona Centro-Sul de Manaus.

Líder de facção

Carnaúba atua no tráfico de drogas na tríplice fronteira do Peru, Colômbia e Brasil, por meio da cidade amazonense de Letícia principal porta de entrada internacional dos traficantes pelo Rio Solimões até Manaus, de onde maconha e cocaína são distribuidas para outras capitais e o exterior.

Investigações da Polícia Federal no Amazonas levantou que o traficante mantinha contatos com políticos, advogados, e integrantes do poder público.

Em 2015, a facção foi foco da Operação La Muralla da PF, quando foram cumpridos 127 mandados de prisão – entre eles o de Carnaúba.

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