
O Brasil registrou nova deflação no mês de setembro, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) divulgado nesta terça-feira (11) pelo IBGE. Puxado pela queda na gasolina, o índice de preços recuou 0,29% no mês. Com o resultado, o indicador ficou em 7,17% no acumulado em 12 meses.
Esta é a terceira queda consecutiva no índice de preços ao consumidor, embora menos intensa do que as registradas em julho (-0,68%) e agosto (-0,36%). O recuo tem sido motivado, principalmente, pela redução no preço dos combustíveis.
Um reflexo da redução efeitos da redução de impostos como o ICMS sobre combustíveis e comunicação, além da queda da gasolina nas refinarias, anunciada pela Petrobras e repassada para as distribuidoras.
O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, lembra que os combustíveis e, principalmente, a gasolina têm um peso muito grande dentro do índice geral:
— Em julho, o efeito foi maior por conta da fixação da alíquota máxima de ICMS, mas, além disso, temos observado reduções no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras, o que tem contribuído para a continuidade da queda dos preços.
Pela primeira vez desde novembro de 2021, há quase um ano, os preços dos alimentos e bebidas recuaram no índice de preços. O grupo alimentação e bebidas passou de alta de 0,24% em agosto para queda de 0,51% em setembro, puxado pela alimentação no domicílio, cujos preços caíram 0,86%.
Apesar da redução na variação mensal, encher o carrinho no supermercado continua desafiador para as famílias, sobretudo as mais pobres. Os alimentos acumulam alta de 9,54% no ano.
O recuo nos preços é um movimento atípico no país. Do início do plano Real até agora, foram registradas 17 quedas na variação mensal do índice de preços ao consumidor brasileiro.


