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AM tem aumento de Covid, varíola macacos e urina preta

O Amazonas registra o avanço de quatro doenças infectocontagiosas simultaneamente em outubro. De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Pinto (FVS-AM), ao mesmo tempo em que ocorre uma alta na média móvel de Covid-19, também vem crescendo o número dos casos de varíola dos macacos (monkeypox), Urina preta (doença de Haff – rabdomiólise) e esporotricose (infecção por fungo, causada pelo Sporothrix, que acomete o homem e diversas espécies animais.

Na última sexta-feira (21), o estado voltou à Fase Amarela da Covid-19 (considerada de baixo risco) após o aumento do número de novos casos e de hospitalizações.

Em quatro dias a média móvel de casos no estado saltou de 28 (registrada no dia 17 de outubro) para 222 (no dia 22), e as entradas em hospitais foram de quatro (no dia 18 deste mês) para 12 (no dia 23).

De acordo com a SES, atualmente 59 pessoas diagnosticadas com Covid estão internadas na capital e no interior, sendo 43 em leitos clínicos e 16 em UTI. A maioria dos pacientes hospitalizados (43 pessoas) não recebeu nenhuma dose da vacina contra a Covid ou está com o esquema vacinal incompleto. Dezesseis pacientes tomaram todas as doses.

Já a varíola dos macacos, de acordo com o informe epidemiológico divulgado pela FSV ontem (23) aponta 191 casos confirmados no estado – 185 em Manaus, três em Iranduba, dois em Itacoatiara e um em Parintins.

A doença gera bolhas na pele, além de febre, dor de cabeça, lesões nos órgãos genitais e foi diagnosticada em 185 homens e seis mulheres.

A FVS identificou que 57,6% dos casos confirmados até o momento tiveram contato íntimo, incluindo sexual, com desconhecidos e ou parceiros casuais ou múltiplos, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a principal forma de transmissão da varíola dos macacos ocorre pelo contato direto (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias.

Evitar o contato íntimo ou parcerias sexuais desconhecidas é uma das recomendações da FVS para se prevenir da doença.

Na última terça-feira (18), a FVS divulgou o plano de contingência para combater o avanço da doença no Amazonas.

O plano prevê, entre outras medidas de prevenção, a campanha massiva no rádio e TV e nas redes sociais – que ainda não está ocorrendo, mas com cautela para evitar a estigmatização de grupos com maior vulnerabilidade para a infecção.

O Amazonas também tem 100 casos da doença da urina preta – rabdomiólise associada à Doença de Haff -, a maioria em Itacoatiara (60 pessoas), que fica a 230 km por estrada de Manaus.

Há casos em Manaus (19), Careiro da Várzea (4), Parintins (3), Manacapuru (3), Urucurituba (2), Itapiranga (2), São Sebastião do Uatumã (2), Borba (2), Codajás (1), Boa Vista do Ramos (1) e Tabatinga (1).

A doença é uma síndrome ainda sem causa definida, caracterizada por uma condição clínica que desencadeia o quadro de rabdomiólise com início súbito de rigidez e dores musculares e urina escura, após o consumo de peixes.

A investigação dos casos no Amazonas apontam que houve o consumo de diversos tipos de peixes adquiridos em diferentes estabelecimentos.

De acordo com informe epidemiológico da última quarta-feira (19), os infectados (56 homens e 44 mulheres) apresentaram, entre outros sintomas, a mialgia intensa (dor muscular), fraqueza muscular, dor torácica, náuseas e dor abdominal. A doença registrou pico em setembro, com 31 infectados, e, neste mês, alcançou 18 pessoas.

Neste domingo (23), a FVS publicou nota técnica para orientar profissionais da saúde após o aumento do número de casos suspeitos e confirmados de esporotricose humana e animal no Amazonas.

Segundo a fundação, em 2022, o estado registrou 201 casos notificados e 170 confirmados da doença, sendo 167 em Manaus e três em Iranduba.

A doença é causada por fungo que pode afetar também humanos. Em animais, os sintomas mais comuns são feridas profundas na pele (úlceras), que não cicatrizam e se espalham rapidamente. Em contato direto, o animal contaminado transmite a doença por meio de arranhões, mordidas ou contato com a pele lesionada.

(Foto: Marcelo Camargo/ABr)

Apesar do avanço das doenças infectocontagiosas, o gestores públicos mantém a flexibilização das medidas de prevenção e promovem grandes eventos que reúnem milhares de pessoas, tanto na capital como no interior, como o festival “Boi Manaus”, promovido neste fim de semana em homenagem ao aniversário da capital amazonense.

A reportagem solicitou mais informações da FVS sobre o cenário epidemiológico no estado, mas nenhuma reposta foi enviada até a publicação desta matéria

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