
O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) recorreu da decisão que liberou Rubens Villar Coelho, o Colômbia, da prisão, na última sexta-feira (21), após pagar fiança de R$ 15 mil. Ele é apontado como mandante das mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em 5 de junho deste ano, no Vale do Javari, no município amazonense de Atalaia do Norte – a mais de mil km de Manaus.
Colômbia é suspeito de chefiar a pesca ilegal na região da triplice fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, incluindo na reserva indígena, e de ter participação no crime como mandante.
Antes de soltar Colômbia, a Justiça Federal no Amazonas já havia já concedido liberdade provisória para ele no dia 6 de outubro.
O MPF/AM chegou a recorrer da decisão, mas o juiz federal, Fabiano Verli, manteve no dia 18 de outubro a liberdade provisória do suspeito.
Após o cumprimento da decisão, o MPF pediu que a prisão seja restabelecida. De acordo com o órgão federal, no momento, o pedido aguarda julgamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). “O MPF continua atuando perante a Justiça Federal nas investigações do caso”, afirmou o órgão, em nota.
Em liberdade, Colômbia seguiu para a prisão domiciliar. Antes, o suspeito passou pelo Centro de Operações e Controle (COC) para a instalação da tornozeleira eletrônica, teve o passaporte confiscado pela Polícia Federal e não pode sair do país. .
Além de ser apontado como mandante dos assassinatos de Bruno e Dom, Colômbia responde a processo que apura envolvimento em organização criminosa armada e outros crimes ambientais.
Em julho, o suspeito foi detido em flagrante por uso de documentos falsos ao ser ouvido na delegacia de Tabatinga sobre suposta participação nos homicídios.
Embora ele negue envolvimento no caso, uma das linhas de investigação da PF é de que Colômbia, que também seria um traficante de drogas, compra pescado ilegal de criminosos da região do Vale do Javari.
Outros envolvidos
Outros três homens são investigados e estão presos por participação efetiva nos assassinatos de Bruno e Dom:
- Amarildo da Costa Oliveira, conhecido pelo “Pelado”;
- Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”;
- Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”.
Na denúncia apresentada à Justiça, o Ministério Público Federal entendeu que os três homens devem ser julgados por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
O MPF argumentou que Amarildo e Jefferson confessaram o crime. Disse ainda que a participação de Oseney foi mencionada em depoimentos de testemunhas.
O crime
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Eles foram vistos pela última vez no dia 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael e depois seus corpos foram encontrados dez dias depois, com marcas de tiros, esquartejados, queimados e enterrados.
Segundo laudo de peritos da PF, Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Já Dom foi baleado uma vez, no tórax.
A polícia achou os restos mortais dos dois após Amarildo da Costa Oliveira confessar envolvimento nos assassinatos e indicar onde os corpos estavam.


