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Morre Papa Bento XVI, aos 95 anos

Papa emérito Bento XVI morre aos 95 anos

O Papa emérito Bento XVI, cujo nome original é Joseph Ratzinger, de 95 anos, morreu neste sábado (31) há dez anos depois de ter abdicado do cargo, confirmou o Vaticano.

“Com pesar informo que o Papa Emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano”, anunciou o Vaticano em comunicado, acrescentando que “assim que possível, serão enviadas novas informações”..

A sua morte surge depois de, no dia 28 de dezembro, o Papa Francisco ter pedido uma “oração especial” por Ratzinger, que estava “gravemente doente”.

Nascido na região da Bavaria, na Alemanha, em 1927, o bispo emérito de Roma (o cargo oficial dos Papas) encontrava-se doente e debilitado há vários anos, vivendo no mosteiro Mater Ecclesiae, na Cidade do Vaticano.

Desde 2020 que biógrafos e membros do clero descrevem o antigo Sumo Pontífice como racional, mas de discurso praticamente incoerente.

O Papa Francisco revelou, no início de dezembro, que visitava regularmente o seu antecessor, garantindo que se mantinha consciente e com sentido de humor, mas admitindo que estava quase sempre em silêncio.

Em agosto de 2022, numa das suas últimas aparições em público, Ratzinger foi visitado pelo Papa Francisco e por cardeais recentemente criados.

O testamento de Bento XVI já se encontra preparado há algum tempo e deve ser tornado público nos próximos dias. O Papa emérito revelou ao Vaticano que prefere ser sepultado no antigo túmulo do seu próprio antecessor, o Papa João Paulo II, cujos restos mortais estão numa capela no Vaticano, ao lado da escultura ‘Pietá’, de Miguel Ângelo.

Papado conservador

Em fevereiro de 2013, o então Papa Bento XVI chocou o mundo católico ao anunciar que iria abdicar, apenas oito anos depois de ter sido nomeado pelo Conclave de 2015, aos 78 anos. Na altura, o Papa emérito justificou a decisão por motivos de saúde.

A sua saída foi oficializada no dia 28 de fevereiro. Bento XVI foi o primeiro Papa a abdicar desde o Papa Gregório XII, em 1415. Fora o oitavo Papa de nacionalidade alemã.

Se o seu currículo como teólogo já evidenciava fortes visões conservadoras e tradicionais, o seu papado assistiu a uma consolidação dessas posições.

Entre 2005 e 2013, Bento XVI teve um ‘mandato’ pautado por uma luta contra tentativas de inovar a Igreja Católica e contra ativismo social, especialmente numa altura em que o direito ao aborto cresceu exponencialmente pelo mundo inteiro (incluindo em Portugal, em 2007).

Mas o seu papado ficou essencialmente marcado pelo escândalo de abusos sexuais a menores realizados por centenas de padres, em 2009, na Igreja Católica Irlandesa.

Um relatório revelou que a Arquidiocese de Dublin promovia uma cultura de total encobrimento de casos de pedofilia, estimando-se que tenha existido um total de 15 mil vítimas entre os anos 70 e 90. O escândalo assumiu proporções semelhantes a do escândalo em Boston, em 2002.

Mais tarde, foi revelado que o Papa Bento XVI tinha afastado quase 400 padres, entre 2011 e 2012, por acusações de pedofilia.

O próprio Papa emérito esteve, este ano, no centro de uma nova controvérsia relativa a encobrimento de abusos sexuais na Igreja. Um relatório pela igreja alemã relevou que o então arcebispo Joseph Ratzinger ajudou a esconder quatro casos de pedofilia, que surgiram entre 1977 e 1982.

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