
O governo do presidente Lula da Silva (PT) nomeou nesta segunda-feira (30) 121 militares para o Gabinete de Segurança Institucional, revertendo a série de dispensas no órgão que se seguiram após as manifestações com invasão e depredação de prédios públicos em Brasília em 8 de janeiro.
Lula vai realizar uma substituição dos militares que atuaram no GSI durante o governo passado e não desmilitarizar o órgão, como chegou a ser cogitado. As designações dos 122 militares foram publicadas nesta segunda-feira (30) no Diário Oficial da União.
O governo Lula havia iniciado uma série de dispensas de militares que atuavam dentro do Palácio do Planalto, incluindo a presidência, a vice-presidência e o próprio GSI.
Em apenas uma semana, foram 84 militares dispensados de seus cargos no Planalto, a maior parte no GSI. Lula também trocou o número 2 do órgão. Foi exonerado do cargo o general Carlos José Russo Assumpção Penteado, que que chegou a declarar que o PT “tinha cleptocrata disfarçado de político”.
Em seu lugar, assumiu a secretaria-executiva do GSI o general Ricardo José Nigri, que já foi oficial de gabinete do ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.
Os novos nomeados para o GSI irão todos atuar na segurança de Lula, mais especificamente na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do órgão. Serão nove militares que atuaram como supervisores, 28 como assistentes, 23 como secretários e 57 como especialistas.
O GSI e o seu chefe, o general Gonçalves Dias, tornaram-se alvo de crítica de aliados por causa da facilidade com que os militares golpistas entraram e vandalizaram o Palácio do Planalto.
O ministro da Defesa, José Múcio, também foi criticado por petistas. A sequência de desconfianças envolvendo os militares levaram à queda do comandante do Exército, general Júlio César Arruda.
As desconfianças com o GSI, órgão que se tornou muito atrelado ao presidente na gestão Bolsonaro, vinha desde a época da atuação do gabinete de transição. Na ocasião, ficou decidido que a segurança pessoal de Lula passaria do órgão para a Polícia Federal.