Situação causou discussão entre PMs que prenderam o líder do tráfico no Jorge Teixeira e o delegado que recebeu ‘Duno’, apontado como mandante de três homicídios, incluindo uma chacina no bairro
A prisão do líder do tráfico no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste de Manaus, Luiz Carlos dos Santos Pacheco, o ‘Duno’, provocou confusão no 14º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na última sexta-feira (18). Levado por uma patrulha da Polícia Militar até a delegacia, segundo os PMs, o delegado plantonista Rafael Wagner Soares teria tratado o traficante com distinção exigindo provas da guarnição para mantê-lo preso, o que provocou uma discussão entre os policiais (veja o vídeo).
Duno é suspeito de ser o mandante da execução de três homens em um campo de futebol no início deste ano, na Zona Leste.
Segundo os PMS, mesmo com droga encontrada no carro do suspeito, o delegado não fez o flagrante e abriu apenas um inquérito. Ainda de acordo com eles, o suspeito só ficou preso devido a um mandado de prisão em aberto.
Um casal que estava com ele também foi detido por porte de arma de fogo e porções de entorpecentes.
“Quando entregamos o preso, o delegado ouviu primeiro ele (suspeito) e só depois o coronel. Quando apresentei o material encontrado no carro do detido, o delegado se alterou e disse que no depoimento nós militares não havíamos falado sobre arma e droga”, afirmou o policial.
A situação gerou discussão entre as autoridades. A atitude do delegado foi considerada desrespeitosa pelos policiais e um bate boca foi travado dentro da delegacia com o traficante assistindo a tudo.
Assista o vídeo:
De acordo com os policiais militares, ‘Duno’, estaria planejando um novo ataque contra membros de uma facção rival.
‘Aí eu fui chamar o coronel pra conversar com o delegado e começou esse bate boca aí. O f… é que depois de muita briga, muito bate boca, o delegado segurou a gente até 4h da manhã e não flagranteou o vagabundo pelo material apreendido, tendo feito apenas um inquérito. O vagabundo só ficou preso porque tinha um mandado de prisão’, disse um dos PMs.
Áudios mostram o descontentamento dos Pms junto ao delegado.
Os três criminosos continuam presos à disposição da Justiça. A polícia continua investigando o caso e busca identificar outros possíveis envolvidos nos crimes.