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Lula acumula desgaste por fala sobre Moro e viagem cancelada

O governo Lula acumula desgastes nos últimos dias com sua fala sobre as investigações da Polícia Federal sobre o plano de ataque do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o senador Sérgio Moro, do União Brasil, e outras autoridades. Nove pessoas foram presas, um cativeiro foi descoberto e até uma contabilidade do que foi gasto – R$ 500 mil – em armamento, munições, aluguel de carro e imóveis. Mas para o petista tudo teria sido uma “armação do Moro”.

Havia expectativa no governo de que a atenção sobre as declarações do presidente seria substituída pela repercussão das agendas como a reunião bilateral com o líder chinês, Xi Jinping, além de visitas a fábricas e encontros com empresários. Mas o cancelamento da viagem frustrou os lulopetistas.

As reações às falas de Lula passaram a dominar a agenda do Planalto a partir da terça-feira (21), quando ele afirmou, em entrevista ao site Brasil 247, que, quando estava preso em Curitiba, dizia a cada visitante que ficaria bem apenas quando conseguisse “foder esse Moro”.

No dia seguinte a PF deflagrou a operação Sequaz para prender integrantes da facção criminosa PCC que planejavam realizar ataques contra autoridades. Um dos alvos era justamente o senador e ex-juiz da Lava Jato.

Operação divide governo

Na avaliação de aliados do Planalto, a fala de Lula fortaleceu Moro e recolocou o senador na posição de antagonista do mandatário.

Parte da gestão Lula chegou a tentar apontar a ação da PF como prova de que o órgão tem independência no governo atual, inclusive para proteger um dos principais opositores do presidente.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), disse na quarta-feira (22) que havia “mau-caratismo” por parte de políticos que tentavam associar a fala de Lula na véspera com a ação da polícia.

“Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo. Não se pode pegar isoladamente uma declaração de ontem, literalmente, e vincular a uma investigação que tem meses”, declarou o ministro na ocasião.

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