
Depois de adiar a visita oficial à China devido a uma pneumonia, o presidente Lula viajará na terça-feira (11) a Pequim com o objetivo de retomar o protagonismo internacional do Brasil e discutir propostas de paz para a Ucrânia. Esta semana ele disse que a Ucrânia “não pode querer tudo” e foi rechaçado pelo presidente Volodymyr Zelensky.
O presidente, de 77 anos, tem procurado se alinhar a Rússia e a China, países governados por regime de força. Ele deveria ter ido a China de 25 a 31 de março. Até o momento a anunciada diplomacia brasileira não tem obtido bons resultados com a União Europeia e com o EUA.
Lula se reunirá na sexta-feira (14), em Pequim com o presidente chinês Xi Jinping, com quem abordará a questão da guerra na Ucrânia, antecipou o chanceler Mauro Vieira à AFP e outras agências internacionais de notícias.
O governante de esquerda se recusou a enviar munição para a Ucrânia em nome da paz e propõe a criação de um grupo de países mediadores.
“Estou confiante que quando voltar da China e você me fizer essa pergunta (sobre a guerra), eu vou dizer que está criado o grupo que vai discutir a paz”, declarou em um encontro com jornalistas durante a semana.
O presidente russo Vladimir “Putin não pode ficar com o terreno da Ucrânia”, ao mesmo tempo que o presidente ucraniano Volodimir Zelensky “não pode querer tudo”, afirmou Lula na quinta-feira, ao sugerir que Kiev renuncie à península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
O governo da Ucrânia descartou a ideia. “Não há razão legal, política nem moral que justifique abandonar um só centímetro de território ucraniano”, afirmou o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko.
Reunião em Moscou
A China, maior parceiro comercial do Brasil, promove uma proposta de 12 pontos para uma resolução política, que pede o fim das hostilidades e diálogo.
“São condições básicas para a paz”, disse o ministro Vieira, que considerou “muita positiva” a abordagem de Pequim.


