Em 2022, quando vários países se recuperavam do baque da pandemia, o Brasil cresceu 2,9% e o mundo, 3,4%
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial voltou a viver um momento de grande incerteza por efeitos de choques acumulados nos últimos três anos em decorrência, principalmente, da pandemia e da guerra na Ucrânia. Assim, em seu relatório de projeções econômicas, o FMI reduziu suas estimativas para o crescimento do mundo e também do Brasil.
Pela projeção do relatório, a economia global vai crescer 2,8% neste ano, em vez dos 2,9% previstos em janeiro. Em 2024, a previsão caiu de 3,1% para 3%.
No caso do Brasil, a estimativa para o PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos no país) deste ano foi reduzida de 1,2% para 0,9%.
O corte em 0,3 ponto percentual na projeção para o Brasil foi um dos maiores, entre as 16 economias para as quais o FMI traça estimativas. Só o Japão teve redução maior na previsão para o seu PIB, de 0,5 ponto percentual – antes o FMI estimava crescimento japonês em 1,8%, agora projeta 1,3%.
Para 2024, o Fundo manteve sua previsão de crescimento de 1,5% para a economia brasileira. Em 2022, quando vários países se recuperavam do baque da pandemia, o Brasil cresceu 2,9% e o mundo, 3,4%.
Os números foram apresentados nesta terça-feira (11), durante a reunião conjunta de FMI e Banco Mundial, em Washington, durante a qual a diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva, recebe representantes dos países que integram a organização. Veja as projeções, abaixo:
No início deste ano, o Fundo acreditava que, embora a atividade econômica mundial fosse desacelerar em relação a 2022, o risco de recessão estava afastado e haveria um “ponto de inflexão”.
Em janeiro, a perspectiva de crescimento da economia global foi revisada para cima pela primeira vez em um ano. Além disso, na ocasião, o FMI chegou a apontar que o enfraquecimento do dólar daria algum alívio aos mercados emergentes.
Agora em abril, no entanto, a visão está mais pessimista. Contribuiu para isso o colapso inesperado de dois bancos americanos e a crise que levou o suíço Credit Suisse — um banco de peso internacional significativo — ter que ser adquirido pelo rival UBS.