
A defesa dos 16 policiais militares da Rocam (Ronda Cândido Mariano) suspeitos de envolvimento na chacina do Ramal Água Branca classificou a denúncia contra eles como “genérica, confusa e prolixa”.
Os advogados pediram a soltura dos PMs e a quebra do sigilo das vítimas para “identificar sua ligação com o crime organizado”.
Doze agentes estão presos no Batalhão da Polícia Militar do Amazonas, em Manaus, desde o dia 24 de dezembro, e outros quatro, desde o dia 17 de fevereiro.
Eles são acusados das mortes de Diego Máximo Gemaque, de 33 anos, Lilian Daiane Máximo Gemaque, 31 anos, Alexandre do Nascimento Melo, 29 anos, e Valéria Pacheco da Silva, 22 anos.
As vítimas foram encontradas mortas na manhã do dia 21 de dezembro em um veículo Ônix no ramal Água Branca, na rodovia AM-010.
Os policiais se tornaram suspeitos após a repercussão de vídeos gravados por moradores que mostram o momento em que eles fizeram a abordagem no veículo das vítimas na Rua Portland, no bairro Nova Cidade, horas antes dos assassinatos.
Neste fim de semana, ao apresentarem resposta à denúncia do MP-AM (Ministério Público do Amazonas) contra os PMs, a advogada Tallita Lindoso e os advogados Cândido Honório Neto e Leonardo da Cunha apontaram “conjecturas e ilações” no documento.
“Nada é claro na inicial acusatório, muito pelo contrário, e extremamente longa, confusa, prolixa e massiva”, disseram.
Os advogados reclamaram da falta de fatos na denúncia. “Impossível o exercício de defesa, tendo em vista que não há fatos a serem contrariados, mas sim teorias, a acusação na verdade se baseou em duvidas e afirmou que não teria lógica na conduta dos acusados sendo este o motivo de afirmarem serem eles os autores do delito”, disse a defesa.
De acordo com os advogados, a arma do crime não é compatível com o armamento dos acusados e nem das destinadas para as viaturas em que estavam os PMs.
Além disso, segundo a defesa, não foi possível identificar a presença de nenhuma das viaturas no local onde ocorreram os crimes e todos os acusados “estavam comprovadamente em outro local na hora dos fatos”.
Os advogados pediram uma “retratação” do juiz responsável pelo caso na 2ª Vara do Tribunal do Júri em relação a decisão que aceitou a denúncia contra os agentes no dia 21 de março.
Além disso, pedem a soltura dos agentes, sob alegação de que não há risco de fuga, e a quebra do sigilo telefônico das vítimas para investigar a ligação delas com o crime organizado.
“Requer que seja determinada a quebra de sigilo telefônico das vítimas a fim de identificar sua ligação com o crime organizado, bem como diligências no sentido de identificar e ouvir todos os demais veículos que foram localizados nos relatórios monitoramento especialmente o ônix branco, placa QZO3B24 e Renault kwid, placa PHX-3A13”, diz a defesa.