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Grupo islâmico doutrina e leva indígenas do Amazonas para a Turquia, diz reportagem

Imagens de Vinícius Schmidt/ Metrópole

O site Metrópoles de Brasília publicou neste fim de semana uma reportagem especial e exclusiva sobre a catequização de indígenas do município amazonense de São Gabriel da Cachoeira por uma organização islâmica em Manaus e depois o envio para Turquia quando eles atingem a maior idade.

Na capital amazonense, crianças e adolescentes vivem em um sobrado transformado em internato, onde ganham nomes em árabe. Lá, eles ficam diariamente em contato com o idioma turco e árabe. Os internos são ensinados ainda sobre o Alcorão e seguem uma rotina religiosa, que inclui cinco orações diárias e respeito ao jejum do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos.

Alguns frequentam escolas de ensino regular, outros nem isso. Em São Paulo, ficam mais um tempo em outro tipo de internato, e os mais velhos são enviados para as cidades de Kütahya e Tarsus, interior da Turquia, onde são matriculados em escolas religiosas.

Pelo menos cinco indígenas já foram retirados do Brasil e levados para território turco de 2019 para cá. O grupo islâmico que comanda a doutrinação se autointitula Associação Solidária Humanitária do Amazonas (Asham), e só se interessa por garotos indígenas. Nenhuma menina indígena foi levada pela organização.

Os pais dos alunos assinam uma autorização informal para a entrada dos filhos nesse grupo islâmico, com a promessa de fazer faculdade. Para famílias em situação de vulnerabilidade, em uma das cidades mais remotas do Brasil, a possibilidade de uma vida com mais oportunidades é um grande atrativo.

A Policia Federal e Polícia Civil do Amazonas investigam as atividades da Asham em Manaus para identificar os motivos e fins da saída dos indígenas do interior do estado para a Turquia.

Policiais civis identificaram que a instituição muçulmana não tinha a guarda das crianças e dos adolescentes, o que seria necessário para mantê-los longe das famílias. Além disso, o registro do CNPJ da Asham não era para abrigo e não havia cadastro na prefeitura.

O primeiro grupo a ir para a Asham em Manaus foi formado por cinco adolescentes. Os outros quatro “não se adaptaram” à instituição e voltaram para São Gabriel da Cachoeira.

Desde que a instituição islâmica passou a atuar no Amazonas, crianças e adolescentes retornaram para a casa dos pais por opção ou por mau comportamento, segundo o líder da Asham, Abdulhakim Tokdemir.

Crianças e adolescentes indígenas ganham um nome árabe logo após o ingresso no internato improvisado de Manaus. Nomes como Danial, Ömer Faruk, Difid, Bekir Ali e Mustafá.

Abdulhakim Tokdemir diz que a mudança é apenas para facilitar a pronúncia, apesar de ser comum que pessoas que se convertem ao islamismo passem a ter um novo nome em árabe. A mudança, porém, não é obrigatória na religião.

Na Asham, esses nomes são usados apenas durante as aulas com os turcos. Depois da mudança para a Turquia, passam a ser permanentes.

A religião muçulmana exige essa alteração quando o nome de batismo da pessoa significa algo considerado ruim, como adoração a outros deuses, mas também pode ser opcional para o convertido se sentir mais dentro da nova fé.

A reportagem do site Metrópoles foi até São Gabriel da Cachoeira, Manaus e São Paulo, conversou com 18 pessoas e andou mais de 6 mil km para entender melhor essa história e revelar, em primeira mão, o funcionamento dessa nova forma de catequização.

Leia a matéria completa em https://tinyurl.com/2pxfsd86

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