O presidente Lula decidiu trocar o avião presidencial e pediu à Força Aérea Brasileira (FAB) que viabilize o pedido. O projeto inicial foi apresentado esta semana em um almoço com o Alto Comando da Aeronáutica. Ele quer transformar o Airbus K-30 militar, único que o Brasil possui para abastecimento de caças em voo e usado em missões de ajuda humanitária, situações de calamidade pública, como desastres naturais, pandemias, emergências médicas, além de Evacuação Aeromédica (EVAM) para um grande número de pacientes.
O atual Airbus A319CJ que atende à Presidência da República vai dar lugar ao A330-200, comprado em 2022 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e usado estrategicamente na defesa do território brasileiro.
A aeronave foi comprada para uso militar, equipada para abastecer caças em voos, fazer evacuação aeromédica e transporte estratégica de cargas. É maior aeronave operada pela FAB, que pode fazer um voo de 15 horas do Galeão, no Rio de Janeiro, até a China.
O objetivo de Lula é ganhar mais autonomia nas viagens presidenciais, especialmente as intercontinentais. Isso porque a atual aeronave presidencial tem capacidade de voo de cerca de 7 mil quilômetros, e são necessárias muitas escalas. Com o novo modelo, é possível percorrer o dobro da distância sem escalas.
O futuro novo avião presidencial também poderá aumentar o número de pessoas a bordo. Além disso, o aposento com cama de casal vai ser maior e contará com uma sala mais ampla para reuniões durante a viagem, nas quais Lula receberá convidados.
KC-30 estratégico
O primeiro Airbus A330-200 a ser convertido em avião-tanque sob o programa KC-30 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou, na Base Aérea do Galeão (BAGL), em julho do ano passado.
A aeronave recebeu a pintura cinza característica da FAB no Centro de Manutenção, na Irlanda e, após isso, seguiu para Victorville (EUA), onde ocorreu a entrega contratual da aeronave.
Duas aeronaves foram adquiridas em processo licitatório, vencido pela empresa Azul Linhas Aéreas e atuarão com as matrículas FAB 2901 e FAB 2902 operadas pelo Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT) – Esquadrão Corsário, com sede no Rio de Janeiro (RJ).
O Esquadrão ficou sem aeronave alocada até julho de 2016, quando recebeu o Boeing C-767 2900, que foi utilizado em diversas missões de transporte de tropas. Já na sua primeira missão, 100 militares foram transportados desde Manaus, Boa Vista e Porto Velho até o Rio de Janeiro, para atuarem em apoio à realização dos Jogos Olímpicos.
O C-767 também realizou uma viagem presidencial, em julho de 2017. Com o fim do contrato de “leasing” de 36 meses do C-767, a aeronave foi devolvida e, desde então, o Esquadrão encontra-se sem aeronave, com suas tripulações participando de missões em outros esquadrões de transporte da FAB.


