Duas embarcações transportam petróleo bruto para o Brasil pelo Rio Amazonas até a capital amazonense

Um grupo de índios atacou com coquetéis molotov e sequestrou duas balsas – uma delas brasileira – transportando 40 mil barris de petróleo cru no Rio Puinahua na Amazônia peruana, próximo a tríplice fronteira com a Colômbia e o Brasil. A informação foi divulgada pela empresa canadense, dona das embarcações, a PetroTal.
Marinha do Brasil confirmou o ataque e disse que as balsas saíram da cidade de Tabatinga, no Amazonas -1.100 km de Manaus -, no dia 22 de maio, e retornariam para a capital amazonense com óleo cru de petróleo. A Marinha brasileira afirmou, ainda, que está em contato com a Marinha de Guerra do Peru, acompanhando o caso.
Os índios ocuparam as barcaças com petróleo e mantêm 12 pessoas da tripulação no local – sete tripulantes brasileiros e outros práticos peruanos como reféns desde a última terça-feira (6), na região de fronteiriça do país vizinho.
“No momento, temos duas barcaças, uma delas de bandeira brasileira, com tripulação brasileira, e a outra é peruana”, disse José Luis Medina, representante da companhia, ao canal TV Peru. “Ambas estão sendo mantidas contra sua vontade, configurando um caso de sequestro.”
“O que mais preocupa é que uma das barcaças contém 40 mil barris de petróleo, o que pode representar um grande risco e perigo para o impacto ambiental da região”, afirmou Medina logo depois de confirmar o sequestro das embarcações pelos índios.
A empresa operadora informou que seguidores da Associação Indígena de Desenvolvimento e Conservação de Bajo Puinahua (Aidecobap) mantêm as duas embarcações retidas desde a terça-feira 6, no rio Puinahua, em Loreto, no nordeste do país.
Ataque
O índios utilizaram pequenas canoas para impedir o avanço das embarcações (veja no vídeo acima) e atacaram os petroleiros com coquetéis molotov, segundo informou a companhia.
A PetroTal afirmou que o protesto dos índios busca “coagir a empresa e o Estado a atenderem à sua agenda particular, que é contrária aos consensos e à vontade da maioria da população do distrito de Puinahua”.
Segundo a PetroTal, o grupo se opõe à aprovação do regulamento de administração do Fundo de Desenvolvimento para o distrito de Puinahua, no qual a companhia contribui com 2,5% de sua produção para o desenvolvimento de projetos na região.