
O senador Marcos do Val (Podemos-ES), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (15), teve acesso já no final de janeiro ao relatório que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviou à comissão do Congresso que controla os órgãos de inteligência do governo federal. A informação foi publicada pela colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo.
Segundo as informações obtidas junto a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), Do Val foi o segundo a ver os papéis, logo depois que eles chegaram à comissão. Esperidião Amin (PP-SC) foi o primeiro, em 21 de janeiro.
O relatório continha uma coleção de mensagens enviadas por agentes da Abin a autoridades do governo federal nos dias anteriores aos atos do dia 8, alertando sobre o risco de invasão das sedes dos Três Poderes.
A resolução que regula a CCAI obriga os membros da comissão a manter sigilo sobre os documentos de inteligência que lhes são franqueados.
Esse primeiro relatório da Abin estava disponível em papel e em formato digital, que podia ser aberto mediante a apresentação de uma senha específica.
A ordem de busca e apreensão assinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes ainda é sigilosa. Pelo que se sabe até agora, Do Val está sendo investigado por tentativa de golpe de estado e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
A decisão é sigilosa, mas um dos fatos que teria baseado o pedido da PF foi a divulgação das cópias dessa versão do relatório enviada em janeiro à comissão do Congresso.
A publicação foi feita por do Val em seu perfil no Twitter. Por volta das 16h30 desta 5ª feira (15), depois do início da operação, sua conta foi retirada da rede social e permanece assim até, pelo menos, o momento de publicação deste post. Marcos do Val divulgou 4 páginas do que seriam relatórios da Abin. As 4 páginas estão enumeradas como de 1 a 5, mas a número 5 não foi publicada.