Segundo a PF, Brubeyk do Nascimento teria montado um esquema de remessas ilegais para negociar no exterior o ouro extraído em garimpos ilegais na TI Yanomami.

A Polícia Federal (PF), em conjunto com a Receita Federal, realiza nesta quarta-feira (20) três operações com o objetivo de combater o garimpo e o comércio ilegal de ouro na Terra Indígena (TI) Yanomami.
Uma das ações resultou na prisão do empresário Brubeyk do Nascimento, realizada em um condomínio de luxo em Manaus.
Conforme as investigações, ele estaria envolvido em um esquema de remessas ilegais de ouro para negociação no exterior, proveniente de garimpos ilegais na TI Yanomami.
De acordo com a PF, Brubeyk já havia sido detido em Manaus no ano de 2020, em companhia de dois norte-americanos, ao tentarem embarcar ilegalmente com 35 kg de ouro com destino aos Estados Unidos.
Além disso, ele possuía mandados de prisão em aberto nos estados do Amazonas, Roraima e Tocantins.

“Nós estamos falando, talvez, do maior contrabandista, negociador de ouro que nós temos no Brasil hoje que foi preso. O objetivo da operação é a descapitalização dessa organização voltada para a comercialização e o contrabando de ouro”, disse o delegado Sávio Pizon durante coletiva de imprensa em Manaus.
As investigações apontam que o minério de ouro extraído de garimpos ilegais na Terra Yanomami e na Venezuela era comercializado no exterior. Estima-se que essa atividade ilegal movimentou cerca de R$ 6 bilhões.
Os agentes da PF estão cumprindo, ao todo, quatro mandados de prisão e 48 de busca e apreensão. As ações estão sendo realizadas no Distrito Federal e em oito estados do Brasil: Roraima, Goiás, Amazonas, Distrito Federal, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Pará.
Em Boa Vista, um dos alvos das operações foi identificado como Ariel Silva Magalhães, empresário suspeito de intermediar a saída do ouro ilegal da TI Yanomami. Segundo a Polícia Federal, ele utilizava a empresa MF Soluções Empresariais para realizar a retirada do minério.