por: 
O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou nestaa sexta-feira a instalação do comitê de gerenciamento de crise da seca dos rios no estado e decretou situação de emergência. Lima disse que haverá apoio da Aeronáutica para atender às famílias ribeirinhas em comunidades isoladas e doação de cestas básicas.
O decreto é válido por 180 dias e abrange 55 cidades.
O governador também disse que os Governos de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul devem ajudar com suporte de aeronaves e estruturas de captação de água.
“A seca que nós estamos enfrentando ultrapassa os limites dos municípios e a capacidade do estado. E a gente precisa de alguma estrutura e suporte para que a gente possa melhorar essas dificuldades. Uma delas é a logística das Forças Armadas, da Força Aérea Brasileira pra levar, por exemplo, alimentos para o interior e também outros produtos”, disse Wilson Lima.
Wilson Lima disse que contrato com o Ministério dos Transportes para a dragagem dos Rios Amazonas e Solimões foi assinado. A dragagem é um processo que ajuda a retirar os sedimentos – como terra, areia, rochas e lixo – dos rios, permitindo o tráfego das embarcações durante a seca.
“Tem muita gente já com dificuldade para ter acesso a alimentos, segurança alimentar, água potável e outros insumos que são importantes. Temos dificuldades porque é exatamente por esse rio que chegam os insumos, a matéria prima para a Zona Franca e também por onde saem os produtos acabados”, acrescentou.
A operação vai ocorrer na região de Tabatinga e Benjamin Constant (a 1.106 1.118 quilômetros, respectivamente, de Manaus), em Itacoatiara (a 175 quilômetros da capital) e em trechos do Rio Madeira.
“Nós estamos viabilizando a compra de 50 mil cestas básicas e essa entrega deve ser iniciada nos próximos 15 dias. Estamos adiantando a divulgação do edital do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), na ordem de R$ 8 milhões. Esse é um recurso que é repassado pelo governo federal. O edital já contempla 1.103 pequenos agricultores em 56 municípios”, disse Wilson Lima.
O Governo do Amazonas suspendeu a necessidade de licença ambiental para a perfuração de poços e o pagamento das refeições nos restaurantes populares de municípios que decretaram situação de emergência.
Wilson Lima disse que 2.200 alunos da rede pública estadual estão sem acesso à escola. Segundo ele, o governo disponibilizou o ensino tecnológico mediado e envio de merenda escolar em domicílio.
Segundo a Defesa Civil do Amazonas, 19 municípios das calhas do Alto Solimões, Baixo Solimões, Juruá, Médio Solimões e Purus estão em situação de emergência, afetando 174,7 mil pessoas; outras 36 cidades estão em alerta; e cinco em atenção. A previsão é que, devido a influência do fenômeno El Niño, a estiagem afete mais de 50 municípios e 500 mil pessoas.
