Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, 7 de prisão e bens no valor de R$ 87 milhões
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizam, nesta quarta-feira (4) em Manaus, a operação operação ‘Tesouro Oculto’, para cumprir 21 mandados de busca e apreensão e sete de prisão, entre eles do ex-vereador e apresentador de televisão, Ronaldo Tabosa, investigado de comandar um organização criminosa que operava na lavagem de dinheiro, sonegação fiscal de R$ 87 milhões, e uso de documento falso para venda de planos de saúde.
Em entrevista coletiva na manhã de hoje na Superintendência da PF, no bairro Dom Pedro, os delegados responsáveis pela investigação não falaram o nome de Tabosa, porque estão impedidos pela Justiça, que considera o processo sigiloso.
Mas quando perguntados sobre a prisão e envolvimento do ex-vereador falaram que “ele é proprietário de algumas empresas e se utiliza de algumas pessoas como ‘laranjas’ para lavar dinheiro.
“A gente não pode falar nomes, mas vocês (jornalistas) estão dizendo e ele é o principal alvo da operação, que oculta seu patrimônio num modus operandis complexo que envolve inúmeras pessoas jurídicas”, disse o delegado Regional da Polícia Judiciária, Pablo Pìzon.
Ainda segundo o delegado, o ex-vereador de Manaus, utiliza toda a família e atua como empresário no segmento de medicamentos vendendo planos de saúde irregulares.
“Identificamos patrimônio oculto e juntamos documentos para a investigação, que serão anexados a laudos periciais que comprovam os crimes de sonegação fiscal. É um ex-vereador e toda a sua família”, informou o delegado de Polícia Fazendária, Pablo Michel.
A operação acontece desde 5h30 da manhã em várias regiões da cidade – Parque Dez, Vieiralves e Bairro da Paz. Mais de 100 policiais federais cumprem 21 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão em Manaus e Borba (a 151 km da capital amazonense).
Foi concedido judicialmente o sequestro e indisponibilidade de bens móveis e imóveis, visando a quitação da dívida perante a Fazenda Nacional no valor de RS 87 milhões.
Operação Tesouro Oculto
A investigação começou em 2019 e apurou um esquema de criação de empresas fraudulentas, por meio de organização criminosa, que fazia a utilização de “laranjas” (sem ciência da sua condição de participante na ação) e de “testas de ferro” (com ciência da participação).
As empresas eram criadas de fato, com CNPJ constituído, com o intuito de darem continuidade a atividade ilegal de venda de planos de saúde sem registro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), além de sonegar créditos fiscais, frustrar direitos trabalhistas, fraudar credores e lavar os ativos ilícitos obtidos por meio.
*Matéria em apuração
