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Macron baixa o tom, diz que é ‘amazonense’ e concorda em ajuda imediata ao Brasil

Isolado pelos vizinhos europeus, Macron recua e aceita ajudar países amazônicos. Foto/France Press

  “A Amazônia é nosso bem comum. Estamos todos envolvidos, e a França está provavelmente mais do que outros que estarão nessa mesa [do G7], porque nós somos amazonenses. A Guiana Francesa está na Amazônia”,          Macron

Depois de ser isolado por Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e Espanha, que descartaram qualquer mudança no acordo Mercosul-União Europeia, o presidente francês Emmanuel Macron, baixou o tom e concordou com seus pares da cúpula do G7, reunida na França neste fim de semana, e vai ajudar os países atingidos pelas queimadas na Amazônia “o mais rápido possível”.

Pressionado pelos agricultores franceses, contrários ao acordo bilateral que vai permitir maior abertura para os produtos brasileiros do agronegócio no mercado Europeu, Macron ameaçou melar o tratado usando os incêndios na Amazônia como argumento.

Analistas políticos da França veem na investida contra o acordo comercial com o Mercosul uma reaproximação de Macron com a esquerda francesa e, principamente com os produtores agrícolas, que temem a concorrência dos produtos brasileiros. Segundo o jornal francês “Liberation”, desde julho, já havia um movimento no governo um movimento contrário ao acordo com Mercosul.

Trump e Macron conversaram reservadamente durante a cúpula do G7, no sudeste da França

Ajuda imediata

“Há uma convergência real para dizer que todos concordamos em ajudar os países afetados por esses incêndios o mais rápido possível”, disse Macron já generalizando o problema e envolvendo outros países como a Bolívia e Colômbia. Anfitrião da cúpula das sete grandes economias mundiais, que termina nesta segunda-feira (26) na cidade de Biarritz, no sudoeste da França, Macron adotou um discurso mais ameno e recuou.

As queimadas na Amazônia foram inseridas na pauta do G7, cúpula das sete grandes economias mundiais. O objetivo é chegar a um consenso sobre a ajuda financeira para os países sul-americanos combaterem o desmatamento e promoverem o reflorestamento.

O presidente francês ressaltou a necessidade de recuperar as áreas afetadas, apesar dos desafios que a questão coloca em termos de soberania nacional, “que é perfeitamente legítima”.

“Respeitando a soberania, nós devemos ter um objetivo de reflorestamento. A importância da Amazônia para esses países e para a comunidade internacional é tão grande em termos de biodiversidade, oxigênio e luta contra as mudanças climáticas, que precisamos proceder o reflorestamento”, explicou Macron.

“A Amazônia é nosso bem comum. Estamos todos envolvidos, e a França está provavelmente mais do que outros que estarão nessa mesa [do G7], porque nós somos amazonenses. A Guiana Francesa está na Amazônia”.

Macron, em cadeia nacional.

Em seu discurso de sábado, Macron adotou um tom mais ameno do que na sexta-feira, quando disse que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, “mentiu” sobre os compromissos em relação à preservação ambiental, assumidos durante a reunião do G20, em junho. Por causa disso, Macron ameaçou não ratificar o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul nas condições atuais.

Analistas políticos da França veem na investida contra o acordo comercial com o Mercosul uma reaproximação de Macron com a esquerda francesa e, principamente com os produtores agrícolas, que temem a concorrência dos produtos brasileiros. Segundo o jornal francês “Liberation”, desde julho, já havia um movimento no governo um movimento contrário ao acordo com Mercosul.

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