Ao demitir a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, o presidente Lula retira a terceira mulher de postos de comando do governo para abrir espaços para novos aliados homens de legendas do Centrão e consolidar apoio como União Brasil, PP e Republicanos no Congresso.
Em julho, o petista tirou Daniela Carneiro do Ministério do Turismo para abrigar o deputado Celso Sabino (União-PA) a pedido do União Brasil.
Em setembro, demitiu Ana Moser do Ministério dos Esportes apesar de forte resistências de lideranças do esporte e de pressão de outras ministras mulheres. No lugar da medalhista, entrou o deputado federal André Fufuca (PP-MA).
A demissão de Ana Moser ocorreu dois meses Lula afirmar a ministra que ela não seria substituída. Em reunião com Lula no Palácio do Planalto no começo de julho, Ana Moser ouviu de Lula que “não se preocupasse” com os boatos sobre sua saída.
A saída de Rita Serrano começou a ser discutida no âmbito da reforma ministerial de Lula. O comando do banco foi negociado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) que indicou Carlos Vieira, servidor de carreira do banco e nome de sua confiança para o comando chefiar a instituição.
Vieira tem experiência no mercado financeiro e já comandado Fundação dos Economiários Federais (Funcef), que gere bilhões no fundo de pensão. O critério de gênero, no entanto, foi um fator que não pesou para a escolha da indicação de Lira.
O Centrão vinha pressionando o Planalto para que Lula anunciasse o novo nome ainda em outubro. A decisão atrasou devido a recuperação do presidente após uma cirurgia no quadril.
Ameaçada no cargo desde julho, Rita chegou a se movimentar no governo em busca de apoio e manteve a postura de “fincar o pé” frente a possibilidade de sair. Buscou os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Maria Fernanda Ramos Coelho, ex-presidente da Caixa e secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência.


