
Governadores do Sul e do Sudeste defenderam na tarde desta quarta-feira o adiamento da votação da Reforma Tributária no Senado. Caso o texto vá à votação, a orientação a ser dada a senadores dessas regiões será para votar contra o projeto, segundo os governadores Claudio Castro, do Rio de Janeiro, Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Ratinho Júnior, do Paraná. Eles estiveram com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília.
– Vamos soltar uma nota nos posicionando. Além de pedir aos senadores que representam cada estado para que votem contra, porque isso está indo contra os nossos estados. Falo em nome de todos, apenas não em nome do governador Renato Casagrande, do Espírito Santo, que não veio para esse encontro – disse Ratinho Junior.
Claudio Castro afirmou que o Fundo de Desenvolvimento Regional já ajudou as regiões do Nortes e Nordeste e tiveram recursos incrementados no Senado, de R$ 40 bilhões para R$ 60 bilhões.
— Nós não fomos contra que o Fundo de Desenvolvimento Regional ajudasse as regiões. Essas (regiões) que estão pedindo novos benefícios já estão contempladas em situações que o Sul e Sudeste não estão. A proposta da Câmara foi exatamente tirar os incentivos de todos, mas daria o Fundo. Eles estão querendo mais ainda benefícios — mencionou Castro.
Leite pontuou que as regiões Norte e Nordeste conseguiram novas vantagens, como incenetivos para indústria automotiva e mais concessões à Zona Franca de Manaus.
— A Reforma era mais palatável quando saiu da Câmara. Agora há desconforto (com o texto do relator Braga) como a mudança para o setor automotivo. Outra coisa é uma espécie de CIDE para a Zona Franca. O que gera um encarecimento para os produtos de nossos estados — disse Leite.
O motivo do encontro do Haddad foi um pedido para que a dívida dos estados com a União passe a ser corrigida por uma taxa de 3% ao ano, que hoje é IPCA mais 4% e encargos vinculados à Selic.