
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu um inquérito civil para apurar a situação da saúde no Amazonas. Na sexta-feira (1º), o atendimento eletivo em unidades hospitalares do estado foram reduzidos e seguem sem previsão de retorno até as empresas médicas recebam os pagamentos atrasados.
Na quinta-feira (30), pacientes atendidos na Fundação Hospital do Coração Francisca Mendes (FHCFM) denunciaram que estão há meses sem realizar exames e procedimentos cardíacos na unidade, que é referência para o tratamento no estado.
Já na sexta (1), foi a vez de funcionários do Hemoam denunciarem a superlotação da unidade e cobrarem a entrega do Hospital do Sangue, prometida pelo governador Wilson Lima para o primeiro semestre deste ano.
Em paralelo a isso, cooperativas de médicos que atendem as unidades hospitalares do estado também paralisaram as atividades cobrando salários atrasados e melhores condições de trabalho.
De acordo com comunicado obtido pelo MPAM, quinze empresas buscam o pagamento de débitos em atraso referentes aos anos de 2021 e 2022, bem como dos meses de agosto, setembro e outubro de 2023. O documento também solicita um cronograma para receber os meses de novembro e dezembro de 2023, além de garantir o pagamento no orçamento de 2024.
Foi a partir desses protestos que o MPAM resolveu investigar a real situação da saúde no Amazonas.
“O Ministério Público busca o esclarecimento de possíveis irregularidades diante das informações apresentadas pelas empresas para assegurar a continuidade dos serviços essenciais à população amazonense,” explicou a promotora de Justiça Luissandra Chíxaro de Menezes.
Em nota, o Governo do Amazonas disse que não foi notificado a respeito da ação, mas se coloca à disposição do MP para os esclarecimentos necessários.