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Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (9), mostra que a desaprovação do trabalho do Supremo Tribunal Federal subiu de 31% para 38%. Já a aprovação caiu de 31% para 27%. A imagem do STF piorou diante dos brasileiros no último ano.
A desaprovação do trabalho dos ministros subiu de 31% para 38% desde dezembro de 2022, enquanto a aprovação caiu de 31% para 27% no mesmo período.
Outros 31% consideram regular o desempenho do tribunal, taxa que era de 34% no aferimento anterior. O instituto ouviu 2.004 eleitores em 135 cidades na última terça-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Em dezembro de 2019, quando o Datafolha passou a levantar a opinião dos brasileiros sobre o Supremo, o índice de desaprovação era similar: 39%. Mas naquela ocasião a aprovação era mais baixa, 19%. E outros 38% consideravam o trabalho dos ministros como regular.
Desde então, apenas em um levantamento o saldo dos ministros esteve positivo perante os entrevistados. Em maio de 2020, no início da pandemia de coronavírus — quando o Tribunal deu respaldo a governadores e prefeitos para implementarem medidas para frear a disseminação da doença, e por isso bateu de frente com o Executivo —, 30% aprovavam seu trabalho, enquanto 26% o reprovavam. A partir de então os índices negativos se mantiveram sempre maiores, senão iguais.
A despeito do crescente envolvimento da Corte no cenário político nas últimas décadas, o Supremo se tornou ator central na disputa ideológica em especial durante o governo de Jair Bolsonaro.
Seus integrantes se tornaram alvo de ataques durante manifestações de apoiadores do então presidente e foram até ameaçados, como no caso do ex-deputado federal Daniel Silveira.
No mais tenso episódio na relação entre a Presidência e o Supremo na história recente da República, Bolsonaro chegou a afirmar, no meio de uma manifestação na Avenida Paulista no Dia da Independência em 2021, que deixaria de cumprir ordens vindas do Tribunal. Seus apoiadores traziam faixas, cartazes e até bonecos dos ministros repletos de ofensas.
O modo como a Corte vem conduzindo alguns casos é alvo de críticas à direita e à esquerda. O ministro Alexandre de Moraes, responsável por inquéritos abertos de ofício para investigar disseminadores de desinformação e ataques à instituição, se tornou emblemático dessa postura polêmica. Para o bem ou para o mal, críticos consideram que ele tem acumulado poder demais sobre investigações e determinações como fechamento de canais na internet e prisão de suspeitos.
Com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, a harmonia entre Executivo e Judiciário voltou, e hoje o relacionamento é considerado saudável, apesar de obstáculos e insatisfações vez ou outra e do histórico de atuação da Corte. O julgamento do mensalão e decisões como as de Gilmar Mendes que, em 2016, impediu o próprio petista de assumir a Casa Civil de Dilma Rousseff, por exemplo, são episódios que causaram estrago na relação do PT com o STF.
