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Artista venezuelana pode ter sido enterrada viva após ser estuprada e queimada

A artista e cicloviajante venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez

A artista circense venezuelana, Julieta Ines Hernandez Martinez, de 38 anos, foi estuprada e teve o corpo queimado antes de ser enterrada, a poucos metros da cachoeira do Urubuí, um dos principais pontos turísticos de Presidente Figueiredo, na Região Metropolitana de Manaus – 107 km da capital amazonense – nas margens da rodovia BR-174, que liga a cidade a Boa Vista (RR) e a Venezuela.

Somente o laudo do Instituto Médico Legal (IML) do Amazonas poderá determinar quando e a causa da morte da venezuelana. Ela levou uma ‘gravata’ e perdeu os sentidos após ser obrigada a fazer sexo oral e ser incendiada antes de ser enterrada a 15 metros da pousada, onde passava a noite a caminho da cidade de Puerto Ordaz (VEN).

Até o momento não há garantia de que os exames conseguirão determinar quando a artista morreu. O corpo foi encontrado com as mãos e pés amarrados quando foi desenterrado, em adiantado estado de decomposição – não permitiu identificar se havia sinais de queimadura.

O casal, que tomava conta da pousada e confessou o crime, Thiago Angles da Silva, 32 anos, e Deliomara dos Anjos Santos, 29 anos, foi preso em flagrante após cair em contradição e mostrar onde a vítima estava enterrada.

Em seu depoimento ao delegado Valdnei Silva, da 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), de Presidente Figueiredo (AM). Thiago Angles disse que passou três dias anteriores fumando crack.

Na madrugada do dia 23 de dezembro, dia do desaparecimento, quando a venezuelana deixou de fazer contato com amigos e familiares, Thiago Angles rendeu Julieta com uma faca com o objetivo de roubar o celular quando ela dormia em uma rede na pousada.

Ele teria dado uma gravata e jogado ela no chão. Em seguida mandou sua mulher amarrar os pés da viajante, que teria recusado a participar do roubo. Mas obedeceu e também ficaram com a bicicleta.

Os dois moravam de favor há sete meses na pousada precária – cercada de lixo e deteriorada – em Presidente Figueiredo, segundo o delegado. O local recebe viajantes pela BR-174 e fica perto das corredeiras muito frequentada por visitantes da cidade.

Única hóspede naquela noite, Julieta foi arrastada para a cozinha e obrigada a fazer sexo oral em Thiago Angles, disse Deliomara em depoimento na polícia. O que gerou ciúmes dela, que fora de si jogou álcool nos dois e tocou fogo.

Segundo o delegado, existem pontos divergentes nos depoimentos do casal, mas os dois confirmam o estupro e a forma violenta como a relação foi interrompida.

Ainda de acordo com os depoimentos, Thiago socorreu Julieta, apagou as chamas com um pedaço de pano encharcado com água. Mas depois aplicou uma gravata até a artista desmaiar.

Thiago Angles deixou a vítima caida no chão e procurou socorro para as queimaduras no hospital local, onde passou o Natal internado. Ele teve o tronco e a cabeça queimados e depois foi removido para Manaus devido a gravidades dos ferimentos, disse o delegado.

Deliomara ficou em casa com a venezuelana desacordada. Ela arrastou a venezuelana por cerca de 15 metros e enterrada a enterrou numa matagal numa cova rasa com um amontoado de lixo em cima para esconder a terra removida.

Depois ele voltou para a pousada e foi aceito pela mulher. O casal tem cinco filhos pequenos. Todos entregues aos cuidados dos avós depois da prisão dos pais.

As investigações

Polícia esteve na casa do casal na noite de sexta-feira. — Foto: Reprodução

As investigações começaram assim que amigos e parentes da venezuelana ficaram sem notícias, no dia 23 de dezembro. Ela era integrante de um trupe de artistas circenses que se apresentam pelo país e que mantém uma rede de contatos entre si.

Como Julieta deixou de informar sua localização na estrada, a última era de que estava em Presidente Figueiredo, eles registraram um Boletim de Ocorrência (B.O) na delegacia da cidade e informaram a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que colocou a ocorrência no sistema de desaparecidos da corporação.

A partir daí começaram as investigações com os policiais civis visitando as pousadas da cidade. Estiveram no local onde vive o casal, mas a única informação era de que ela passou por lá no dia 23 de dezembro – dia do desaparecimento.

Também foi descoberto que Julieta tentou ficar em outros estabelecimentos. Como todos estavam lotados, só restou a pousada onde vivia o casal. Nem cama havia, e ela dormia numa rede na varanda.

A informação para desvendar o caso surgiu na última sexta-feira (5). Um trabalhador passava pelo local, na volta do trabalho, e desconfiou que o quadro da bicicleta jogado no meio do mato era parecido com o da venezuelana, que vira nos jornais e portais.

Ele avisou a Guarda Municipal, que avisou ao delegado Valdnei Silva do 37º DIP). Ele pediu para os investigadores manter o casal sob custodia.

Casal detalha como foi o assassinato da artista Julieta Hernandez à polícia  | TODA HORA

O casal caiu em contradição e confessou o crime. Os dois levaram os policiais ao local onde Julieta estava enterrada e mostraram também mais objetos dela. Os dois foram presos em flagrante por ocultação e o delegado pediu as prisões preventivas e aguarda a resposta da Justiça.

Valdnei disse que o inquérito também apura estupro e homicídio duplamente qualificado, por meio cruel e motivo torpe. Ele aguarda os laudos das perícias no corpo e numa faca para concluir a investigação.

Thiago declarou à polícia que já cumpriu pena por tráfico de drogas. Na ocasião, ele morava em Roraima. Deliomara negou que seja usuária de drogas.

Nota

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas, por meio do Departamento de Polícia Técnico-Científica, identificou como sendo de Julieta Inés Hernández Martínez o corpo encontrado na noite desta sexta-feira em uma área de mata, no município de Presidente Figueiredo.

A identificação foi realizada por meio do procedimento de necropapiloscopia, realizado pelo Instituto de Identificação do Aderson Conceição de Melo (IIACM) com apoio da equipe técnica do Instituto Médico Legal do Amazonas (IML).

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