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Lulinha cobra na Justiça R$15 milhões por calote de empresário

Filho mais velho de Lula, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, entrou em uma guerra judicial contra Walter Abrahão Filho, empresário filho do falecido locutor esportivo Walter Abrahão, em razão de um calote de R$ 15 milhões na compra da PlayTV, realizada em 2020.

O canal pertencia ao Grupo Bandeirantes e mantinha um contrato com a Gamecorp, da qual Lulinha era sócio, para exibição de videoclipes e programas sobre jogos eletrônicos. A participação do filho de Lula na Gamecorp foi vendida a Walter Abrahão Filho, que depois a repassou a um advogado que já era seu parceiro no negócio.

À Justiça, Lulinha afirma que vendeu suas ações por R$ 9 milhões à época. Os valores atualizados da cobrança, segundo seus advogados, chegam a R$ 15 milhões.

O contrato anexado ao processo previa que o valor fosse pago em 60 parcelas de R$ 150 mil, a partir de 90 dias da assinatura do negócio. A quantia seria atualizada ao longo dos anos.

O problema, segundo os advogados do filho de Lula é que o empresário deixou de pagar a primeira parcela e, depois, passou a transferir menos do que o “montante pactuado”.

Lulinha ainda afirma que Walter e Luciana Abrahão venderam as ações da empresa antes de quitar a dívida, o que era proibido pelo contrato. A empresa foi repassada ao advogado Alexandre Zalcman. Ele diz ter se reunido com Zalcman e tentado um acordo, sem sucesso.

“Discutiu-se a possibilidade de resolução extrajudicial do presente caso, mas que não resultou em envio de proposta formal – em que pese a promessa de que seria enviada, além das diversas solicitações neste sentido”, diz o advogado Otto Medeiros, que defende Lulinha.

O ‘Ronaldinho’ dos negócios

Na época, Lulinha ficou conhecido como o ‘Ronaldinho’ dos negócios, tamanha a habilidade na sua carreira meteórica no empreendedorismo. De estagiário em São Paulo ele passou a administrar negócios que renderam milhões.

Ele teve uma trajetória profissional de sucesso depois que seu pai virou Presidente da República pelo PT. Em 12 anos, ele saiu de um salário de R$ 600 para deter sociedade em sete empresas, uma delas avaliada em R$ 6,5 milhões e que foi alavancada depois que a Telemar, com capital público, investiu R$ 5,2 milhões.

Um deles foi a Gamecorp, que foi devassada pela Operação Lava Jato, que investigou repasses de R$ 132 milhões da Oi à empresa de Lulinha durante os governos do PT.

O caso acabou transferido para São Paulo, e o Ministério Público Federal (MPF) pediu seu arquivamento depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou o ex-juiz e atual senador Sergio Moro suspeito nos processos envolvendo Lula – foi Moro quem autorizou as quebras de sigilo da operação que investigou Lulinha.

Depois que o pai voltou ao poder, Lulinha voltou aos negócios. O site Metrópoles mostrou que ele tem se movimentado para voltar aos negócio em novembro passado. Ele busca um CEO no mercado e quer voltar a atuar na área de games, que era parte da programação da PlayTV.

Lulinha alugou uma sala comercial na região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, no Brooklin, polo empresarial na zona sul de São Paulo. Lá sediou uma de suas empresas, a G4.

Ligações perigosas

A empresa que ele usou para mover a ação contra Walter Abrahão Filho é a Br4 Participações, que permanece sediada no escritório de João Muniz Leite, contador da família presidencial, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Contador de confiança da família de Lula há mais de dez anos, João Muniz Leite foi alvo de investigação do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) de São Paulo por suspeita de lavagem de dinheiro da organização criminosa PCC.

Muniz Leite e a mulher, segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, o Estadão, ganharam 55 vezes em loterias federais, somente em um ano.

Em uma das premiações, ele dividiu prêmio de R$ 16 milhões com o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, um dos principais fornecedores de drogas do PCC, assassinado.

O Denarc pediu à Justiça a prisão e o sequestro de bens de Muniz Leite. A prisão foi negada, e ainda não saiu decisão sobre o segundo pedido.

Muniz Leite fez declarações do Imposto de Renda do ex-presidente Lula entre 2013 e 2016 e deu apoio contábil na defesa contra acusações da Lava Jato.

A reportagem do Estadão revela que o traficante Santa Fausta usou parte do dinheiro ganho na loteria com o contador de Lula para comprar, em parceria com cinco integrantes do PCC, a empresa de ônibus UPBus, que mantém contrato de R$ 600 milhões com a Prefeitura de São Paulo em 13 linhas na zona leste.

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