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Amazonas tem R$ 292 bilhões de toneladas de carbono para vender e busca financiamento norueguês

O Governo do Amazonas iniciou tratativas para receber financiamento internacional de atividades agrícolas de baixo impacto ambiental, principalmente no interior do estado. Nesta quarta-feira (21), o vice-governador Tadeu de Souza recebeu, em seu gabinete, dirigentes da Abler Nordic, uma instituição financeira público-privada da Noruega, para discutir futuras parcerias.

De acordo com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), o Amazonas possui atualmente um estoque de 800 milhões de toneladas de créditos de carbono, que têm um valor de mercado de aproximadamente R$ 292 bilhões.

Empresas e instituições habilitadas como Agentes Executores de Serviços Ambientais podem submeter propostas ao edital, demonstrando como suas atividades contribuem para a captura ou redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) de acordo com padrões internacionais.

De acordo com o vice-governador, as políticas ambientais do Governo Wilson Lima estão em sintonia com os projetos impulsionados pelo fundo norueguês em outros países em desenvolvimento.

A proposta é oferecer a produtores rurais linhas de financiamento para iniciativas de desenvolvimento sustentável e atividades econômicas com baixa emissão de gases do efeito estufa.

Após a reunião, Tadeu de Souza fez o encaminhamento para que órgãos estaduais, como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), possam dar andamento à discussão de possíveis projetos em parceria com o fundo europeu.

O que são créditos de carbono?

O mercado de créditos de carbono é um sistema que visa combater as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, que contribuem para as mudanças climáticas. Funciona da seguinte forma: governos, empresas e organizações podem estabelecer metas de redução de emissões. Se conseguem emitir menos carbono do que o permitido, geram créditos de carbono excedentes.

Esses créditos podem ser negociados e vendidos no mercado de créditos de carbono. Empresas que excedem suas cotas de emissões podem comprar esses créditos para compensar suas emissões extras. Essa transação permite que as empresas cumpram suas metas de redução e ajuda a incentivar práticas sustentáveis.

A regulamentação do mercado de carbono que vem sendo buscada pelo Governo Federal visa alinhar o Brasil aos compromissos de redução de emissões de carbono, com base na Política Nacional sobre Mudança do Clima e no Acordo de Paris. O objetivo é reduzir as emissões em 50% até 2030 e alcançar emissões zero até 2050.

Essencialmente, o mercado de créditos de carbono incentiva a redução das emissões de gases de efeito estufa ao criar um valor econômico para a redução dessas emissões. Ele promove ações de mitigação das mudanças climáticas ao incentivar a descarbonização.

Descarbonização

A descarbonização refere-se ao processo de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa na atmosfera. O dióxido de carbono é um dos principais gases responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas.

Esse processo envolve a adoção de medidas para diminuir a dependência de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, que liberam grandes quantidades de CO2 quando queimados. Isso pode ser alcançado através de várias ações, como:

  1. Transição para fontes de energia renovável: Promover o uso de energia proveniente de fontes limpas e renováveis, como energia solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica. Essas fontes de energia têm baixa ou nenhuma emissão de CO2 durante a geração.
  2. Eficiência energética: Melhorar a eficiência no consumo de energia em setores como transporte, indústria, edificações e agricultura. Isso pode ser feito por meio de tecnologias mais eficientes, como veículos elétricos, sistemas de iluminação e aquecimento eficientes, e processos industriais mais limpos.
  3. Transição para a mobilidade sustentável: Incentivar o uso de veículos elétricos, bicicletas, transporte público e outras alternativas de baixo carbono para reduzir as emissões provenientes do setor de transporte, que é uma grande fonte de poluição.
  4. Descarbonização da indústria: Implementar tecnologias mais limpas e processos de produção sustentáveis, reduzindo as emissões de CO2 resultantes das atividades industriais.
  5. Mudanças no uso da terra: Promover práticas agrícolas sustentáveis, como agricultura de conservação e reflorestamento, que ajudam a absorver o CO2 da atmosfera.

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