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Manaus-Porto Velho: BR-319 fica de fora novamente das ‘reconstruções’

Enquanto o Amazonas espera pela reconstrução do trecho central da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho/RO), a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, confirmou, em evento realizado no município de Tabatinga nesta quarta-feira (10), no Alto Solimões, a realização de três grandes obras viárias em rodovias federais que beneficiam o Acre, estado de origem da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tida como adversária da reconstrução da BR-319.

As três obras integram as chamada rotas do “Quadrante Rondon”, fundamental para conectar o Norte brasileiro aos portos do Peru, oferecendo ao Acre uma saída estratégica para o Pacífico.

Conforme o Ministério do Planejamento, a rota Quadrante Rondon coloca o Acre como ponto de passagem obrigatória para cargas recebidas e enviadas pelo Porto de Chancay, no Peru, desafogando o Porto de Santos, em São Paulo.

Tebet detalhou as obras necessárias para a inclusão da rota 3, o Quadrante Rondon.

“Para essa rota operar, o Acre precisa de três obras: a construção do contorno de Brasiléia, na BR-317, que em maio tem edital aberto para licitação; a construção de duas pontes na BR-425 que faz divisa com Rondônia, que devem estar prontas nesse semestre; e a ponte de Guajará Mirim ao custo de R$ 430 milhões, com três quilômetros de extensão. Essa rota só tem sentido quando envolve Rondônia”, explicou Tebet.

A BR-317 liga a capital Rio Branco até a fronteira com o Peru, a partir de onde a estrada passa a se chamar rodovia Interoceânica e segue até o Sul do País vizinho, fazendo uma ligação estratégica com o porto de Chancay, que deverá ser entregue por um consórcio chinês no final deste ano.

Com Chancay operacional, a estrada vai integrar a chamada nova rota da seda, um cinturão logístico imaginado e financiado com capital chinês e brasileiro para fazer a ligação rodoviária entre os dois ocenados.

As outras obra citadas por Simone Tebet são na BR-425, que liga Guajará Mirim, em Rondônia, com a rodovia BR-364, que interliga Rio Branco a Porto Velho e segue em direção a São Paulo, grande centro consumidor dos produtos que serão transportados pela nova rota da seda.

Em comum com a rodovia BR-319, as obras citadas por Simone Tebet têm a situação precária de trechos importantes que receberão investimento do Governo Federal e estarem dentro do bioma Amazônia.

Relatório de GT da BR-319 segue em sigilo

O Ministério dos Transportes mantém em sigilo, desde 22 de fevereiro, sobre o relatório final de um grupo de trabalho montado para avaliar os gargalos para o licenciamento ambiental da BR-319.

Esse GT promoveu três audiências pública em Brasília, Manaus e Porto Velho, foi integrado por servidores do Ministério dos Transportes, mas não teve representantes do Ministério do Meio Ambiente ou do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que é o órgão responsável pelo licenciamento do trecho central da rodovia.

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