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Polícia indicia engenheiro por morte de mototaxista em Manaus

O engenheiro mecânico Fábio da Silva Moreira, de 39 anos, foi indiciado nesta segunda-feira (29) pela morte do mototaxista Irivaldo Silva da Conceição, de 36 anos, e por lesão corporal contra Cinthia Gonçalves Melo, de 49 anos, em acidente de trânsito no dia 8 deste mês no viaduto de Flores, na zona centro-sul de Manaus.

No relatório final da Polícia Civil enviado à Justiça, o delegado Temístocles Silva Alencar, da Delegacia de Acidentes de Trânsito de Manaus, atribuiu ao engenheiro os crimes de homicídio culposo na direção de veiculo automotor sob a influência de álcool, lesão corporal culposa e falta de habilitação para dirigir.

O relatório tem depoimentos de dois familiares das vítimas e da mulher que estava com o engenheiro na madrugada do acidente, identificada como Elionaya Teixeira dos Santos. A polícia também anexou outros depoimentos, incluindo o de Fábio, registrados na delegacia.

A mulher afirmou que Fábio errou o trajeto porque não conhecia aquela região e que não suspeitou de estar trafegando na contramão porque “não estava passando nenhum veículo no momento do acidente”. Elionaya também disse que o mototaxista “estava igual um ‘louco’ dirigindo na via”. Os familiares das vítimas relataram apenas o que ouviram sobre o acidente.

A polícia também relata, no documento, que procurou outras testemunhas e câmeras de vigilância no entorno do local do acidente, mas não conseguiu.

“Percorrendo todo o entorno do ocorrido, com objetivo de localizar pelo menos uma testemunha que tivesse presenciado o acidente que levou a vítima ao óbito, porém não obtive êxito, também não encontrei câmeras de monitoramento que tivessem registrado imagens do ocorrido”, diz trecho de relatório de missão policial.

O acidente ocorreu por volta de 5h20 no Complexo Viário Governador Plínio Ramos Coelho (viaduto de Flores), zona centro-sul de Manaus. Segundo a polícia, Fábio invadiu a contramão, subiu o viaduto em direção à zona norte e atingiu em cheio a motocicleta conduzida por Irivaldo, que transportava Cinthia Gonçalves Melo, de 49 anos.

Com o impacto, a motocicleta e a parte dianteira do veículo ficaram completamente destruídos. O mototaxista morreu no momento do acidente e o corpo dele foi parar em cima do para-brisa do carro. Cinthia foi arremessada por alguns metros e teve as pernas quebradas. Ela foi levada para o Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto, na zona centro-sul de Manaus.

Fábio foi levado para o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para ser submetido ao teste do bafômetro, mas se recusou a fazer o exame. Depois, ele foi levado para a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros, onde foi autuado em flagrante por homicídio culposo e lesão corporal culposa no trânsito.

Na delegacia, o engenheiro afirmou que mora em Altamira, no Pará, e que estava na capital amazonense há 30 dias para fazer a manutenção de uma usina termelétrica no bairro Aparecida, na zona sul. Ele disse que não conhece as vias de Manaus e que, por isso, usa o aplicativo Waze (ferramenta de navegação).

No dia do acidente, o delegado Gerson Oliveira, da Delegacia de Homicídios, disse que uma testemunha relatou que Fábio tentou pagar R$ 10 mil para fugir, mas foi impedido por mototaxistas. “[A testemunha relatou que] no momento da fuga, o autor teria oferecido a ela [testemunha] os R$ 10 mil, segundo ele nos relata, para permitir que ele fugisse, mas ele não aceitou”, afirmou o delegado.

Na delegacia, Fábio foi questionado sobre essas informações e negou. “Perguntado se tentou fugir logo após o acidente de trânsito, respondeu negativamente; Perguntado se ofereceu dinheiro para as testemunhas que estavam no local do acidente para ser liberado do flagrante, respondeu ‘de forma alguma’”, diz outro trecho do registro policial.

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