Medicamentos e produtos hospitalares desviados do SUS em Manaus eram estocados na casa de motorista do HPS 28 de Agosto e revendidos por valores abaixo dos praticados no mercado.

O Tribunal de Justiça do Amazonas decretou na tarde desta quarta-feira (1º), a prisão preventiva do motorista João Luiz de Paula Monteiro, de 51 anos e do empresário Antônio Lúcio Castro de Sena, por organização criminosa responsável pelo desvio de medicamentos e produtos hospitalares de unidades de saúde do Amazonas. A decisão foi do juiz James Oliveira dos Santos, do Plantão Criminal.
A polícia identificou que o motorista que trabalhava na unidade hospitalar era o responsável por desviar medicamentos, insumos e instrumentos médicos com a ajuda do empresário que revendia clandestinamente os produtos por valores abaixo dos aplicados no mercado convencional.
“Conseguimos coletar, também, algumas denúncias e informações de populares residentes no entorno onde residia um dos alvos (das investigações), acerca da presença constante de uma ambulância do Estado na residência do suspeito e, com apoio da Secretaria de Inteligência do Estado, a gente conseguiu monitorar durante aproximadamente 30 dias o imóvel, realizando campanas e fazendo um monitoramento eletrônico”, explicou o delegado Cícero Túlio, titular do 1° DIP, que conduziu a operação.
Durante as investigações, a polícia identificou os envolvidos transportando materiais em ambulâncias até a residência do motorista, onde os produtos ficavam estocados até que o empresário encontrasse compradores para os produtos.

Conforme a investigação, o empresário já havia sido condenado no dia 25 de março de 2024, a 11 anos e 8 meses de prisão pelo crime de peculato doloso, em razão de ter integrado uma organização criminosa no ano de 2016, responsável pelo menos crime de desvio de medicamentos.
Durante a operação na manhã de terça-feira (30), os policiais também conseguiram prender um terceiro suspeito, também empresário, 47, que não teve o nome ainda divulgado, em posse de diversas caixas de soro fisiológico subtraídas de uma unidade hospitalar da capital.
Os suspeitos vão responder pelos crimes de organização criminosa, furto qualificado, peculato doloso e receptação qualificada. Eles serão encaminhados para uma unidade prisional da capital.