
Sem conseguir reduzir os preços de ingressos antes da partida entre o Amazonas FC o Flamengo na Arena da Amazônia, a DPE-AM (Defensoria Pública do Amazonas) busca, após o jogo, a condenação do clube amazonense à devolução de valores considerados em excesso. A restituição, caso seja determinada pela Justiça, será feita apenas para quem comprou com cartão bancário ou PIX.
“Caso a Justiça julgue procedente a ação, será feita a devolução para aquelas pessoas que pagaram com cartão bancário, seja débito ou crédito, ou PIX. Infelizmente, a gente não vai conseguir ter o alcance para as pessoas que pagaram em dinheiro porque elas não ficam cadastradas no sistema de pagamento do Amazonas FC”, disse o defensor público Christiano Pinheiro.
A Defensoria entrou na Justiça para obrigar o clube mandante a reduzir o preço dos ingressos em 30% antes da partida, realizada no dia 22 deste mês, mas o pedido foi negado.
“Tanto o juiz quanto a desembargadora em sede de recurso entenderam que seria necessária uma uma análise probatória com relação aos custos desse jogo para fazer uma análise do preço”, afirmou Pinheiro.
A Defensoria alegou, na ação, que os ingressos estavam “totalmente fora da média” de valores cobrados em partidas envolvendo grandes clubes do país e afirmou que o time amazonense estava se aproveitando da situação para “praticar preços de ingressos em valores abusivos e completamente dissonantes da realidade mercadológica”.
O ingresso mais caro para a arquibancada, por exemplo, custou R$ 400,00, sem as taxas cobradas para quem optou por comprar pela internet. Conforme a DPE, o valor estava bem acima da média de (R$ 229,33) praticada nos últimos jogos realizados em Manaus que envolveram grandes times do futebol brasileiro (Vasco, Santos e Flamengo).
A partida terminou com a derrota do time amazonense por 1 a 0 e o pior público pagante em jogos oficiais do Flamengo na Arena da Amazônia desde sua inauguração. Conforme a organização do evento, de 22,948 mil pessoas presentes, 12.771 desembolsaram o valor cobrado pelo Amazonas FC e 10.177 entraram no estádio como convidados.
Para o defensor, o baixo público pagante mostra que os preços foram abusivos. “Uma prova de que os preços estavam altos, abusivos, bem acima da média do mercado, ou seja, dos últimos jogos realizados, envolvendo grandes times é o fato de terem vendido somente 12 mil ingressos, o que colocou em cheque a política de preços adotada pelo Amazonas”, afirmou Pinheiro.
A Defensoria busca a condenação do clube para que o caso sirva de exemplo para outros eventos em Manaus. “A Defensoria Pública entende que essa discussão precisaria ser levada ao Judiciário porque a gente está vendo uma escalada de preços nos jogos de futebol e também nos grandes eventos, nos shows que acontecem aqui em Manaus, na Arena da Amazônia”, afirmou o defensor.
Leia a nota na íntegra:
O Amazonas FC só irá se pronunciar sobre a suposta ação a partir do momento em que for citado a respondê-la. Até porque, só tomou conhecimento da mesma, de forma informal pelas redes sociais e alguns blogs. Após analisar os termos, o clube irá se manifestar nos autos entendendo que se fará a melhor e habitual justiça.