Para o governador do RJ o isolamento do Brasil com o Paraguai, Bolívia e Colômbia é a melhor forma de conter tráfico de drogas e armas
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel afirmou neste domingo que pretende pedir a ajuda dos países do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para conter o comércio ilegal de armas e drogas por traficantes nas favelas do estado. O governador disse que neste momento a melhor opção é o fechamento das fronteiras do Brasil com Bolívia, Colômbia e Paraguai. Apenas o governo federal pode determinar o feito.
O próprio conselho pode tomar essa decisão: retaliar Paraguai, Bolívia e Colômbia, no que diz respeito às armas. Países que vendem armas para esses países têm que ser proibidos de fazê-lo, sob pena de continuar esse massacre, essa situação sangrenta que vivemos nas comunidades do Rio – disse o governador.
Witzel usou a palavra “genocídio” para classificar o quadro de violência nas favelas do estado e relatou ter pedido ajuda do ministro da justiça Sergio Moro para enfrentar a situação:
Tentei, através do Ministério da Justiça, que o Moro viesse comigo. Se não vier, nós vamos sozinhos, porque o Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho junto à ONU. Já pedi para entrarem em contato com o Conselho de Segurança da ONU para que eu possa expor o que está acontecendo no Rio e pedir providências junto a esses países.
As declarações de Witzel podem ser lidas como mais um movimento do governador no seu esforço para se posicionar como um candidato competitivo para as eleições presidenciais de 2022.
Uma pesquisa feita pela consultoria Qaest atestou que, em agosto, ele superou governadores como Doria e Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, em relevância nas redes sociais. Em outubro, Witzel pretende ir a São Paulo para abrir contato com agentes de segurança locais. O tema é tratado como o grande carro-chefe do seu governo. Além da retórica beligerante (já falou em jogar um míssil na Cidade de Deus) e do aumento das operações policiais em favelas, Witzel tem colocado todas as fichas no programa Segurança Presente, de incremento do policiamento em bairros da capital.
Nos próximos meses, Witzel vai tentar modular o discurso e mostrar que seu governo não se resume a ações na segurança pública. A primeira meta é reforçar o seu lado social. Lançará o programa Comunidade Cidade, uma espécie de Favela-Bairro ou Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do seu governo com investimentos de mais de R$ 2 bilhões que começarão pela Rocinha.