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Franceses votam no 2° turno das eleições parlamentares antecipadas

Franceses votam em eleições legislativas antecipadas e incertas

Os eleitores estão indo às urnas em toda a França hoje (7) para votar no segundo turno de uma eleição antecipada convocada pelo presidente Emmanuel Macron, que corre o risco de perder grande parte dos seus aliados centristas no parlamento e de ser forçado a cumprir os três anos restantes do seu mandato presidencial numa parceria estranha com a direita. As votações serão encerradas às 20h no horário local deste domingo (15h no horário de Brasília), com os resultados completos esperados nesta segunda-feira (8).

Depois de assumir a liderança no primeiro turno de votação no domingo passado (30), o Reunião Nacional (RN), de direita – liderado por Jordan Bardella, de 28 anos, sob o olhar atento da decana do partido Marine Le Pen – está mais perto do poder do que nunca antes.

O RN, cuja política anti-imigração recebeu uma cara nova por Bardella, obteve 33% dos votos populares no primeiro turno. A recém-formada coligação de esquerda, a Nova Frente Popular (NFP), ficou em segundo lugar com 28%, enquanto a aliança de Macron ficou num distante terceiro lugar com 21%.

A votação começou às 8h, no horário local, (3h horário de Brasília) quando a França iniciou o processo de eleição dos 577 membros da sua Assembleia Nacional, na qual são necessários 289 assentos para que um partido detenha a maioria absoluta. No parlamento antigo, a aliança de Macron tem apenas 250 assentos e, por isso, precisava do apoio de outros partidos para aprovar leis.

Somente aqueles que obtiverem mais de 12,5% dos votos registrados no primeiro turno podem concorrer ao segundo, o que significa que muitas vezes ele é disputado entre dois candidatos.

Mas desta vez um número recorde de assentos – mais de 300 – teve um segundo turno de três candidatos, em uma demonstração da polarização de França. Em uma tentativa de não dividir o voto contra a direita, mais de 200 candidatos da aliança de Macron e do NFP concordaram em renunciar no segundo turno.

Embora o forte desempenho do RN no primeiro turno signifique que poderá mais do que triplicar os 88 assentos que tinha no antigo parlamento, não está claro se conseguirá alcançar a maioria absoluta. Embora seja habitual o presidente nomear um primeiro-ministro do maior partido, Bardella disse repetidamente que se recusará a formar um governo minoritário.

Nesse caso, Macron poderá ter de procurar um primeiro-ministro na esquerda radical ou, para formar um governo tecnocrata, em outro lugar completamente diferente.

Qualquer que seja o resultado da votação deste domingo, a França parece destinada a enfrentar um período de caos político, com Macron sem poder convocar outras eleições parlamentares durante pelo menos um ano.

A campanha já foi marcada pela violência. O ministro do Interior, Gerald Darmanin, disse na sexta-feira (5) que 51 candidatos e ativistas foram agredidos durante a campanha, levando alguns a serem hospitalizados.

A votação está sendo realizada três anos antes do previsto. A França não deveria realizar eleições parlamentares antes de 2027, mas Macron convocou a votação antecipada – a primeira vez que um líder francês o fez desde 1997 – depois do seu partido ter sido derrotado pelo RN nas eleições para o Parlamento Europeu do mês passado.

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