Objetivo é elaborar uma carta náutica com canais seguros para a navegação durante a seca severa, que pode prejudicar o abastecimento das industrias e comercio de Manaus

A Marinha do Brasil colocou um plano de ação preventivo contra a seca severa eminente nos rios do Amazonas e já identificou 37 pontos críticos que apresentam riscos para a navegação. O navio Hidroceanográfico Rio Branco, subordinado ao 9° Distrito Naval, em Manaus, vem mapeando o Madeira, Solimões e Amazonas para elaborar uma carta cartográfica para a segurança do transporte fluvial.
Baseado na Estação Naval do Rio Negro da Flotilha do Amazonas, o NHoFlu Rio Branco (H-10) está em operação desde 2013 e faz parte do Projeto Cartografia da Amazônia. A embarcação possui autonomia para 25 dias de navegação.
O navio realiza levantamentos para coletar dados dos fundos dos rios e localizar terrenos rochosos e bancos de areia utilizando equipamentos de última geração para a atualização contínua de cartas náuticas, em operações conjuntas com órgãos municipais, estaduais e federais.
A embarcação possui ecobatímetros, perfiladores acústicos de correntes, sensores inerciais, medidor de velocidade do som e sistema de aquisição de dados de hidroceanografia para identificar os pontos críticos para a navegação.
O plano específico para combater a seca em 2024 identificou pontos na região da Costa do Tabocal no Rio Amazonas, com menor profundidade e um gargalo, que no ano passado chegou a ter navio encalhado e com risco de vazamento de combustível no local.
Somente no Rio Madeira foram identificados 33 pontos, mais especificamente na região conhecida como Enseada do Madeira, principal hidrovia por onde é transportada a soja do Centro-Oeste para exportação até o terminal de Itacoatiara, no Rio Amazonas, de onde é embarcada em navios graneleiros para o porto de Rotterdam, na Holanda. Outros produtos como combustível, carne e milho também chegam a Manaus pelo Madeira.
O navio faz na região um levantamento Hidrográfico (LH) no trecho do Madeira, entre as cidades de Porto Velho (RO) e Humaitá, no Amazonas para encontrar canais para a navegação segura. Como resultado, os dados de sondagens adquiridos nesse LH possibilitarão a atualização da batimetria desse trecho do rio, bem como a confecção de novas Cartas Náuticas para a Hidrovia do Rio Madeira.