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Lava- jato: PF faz busca na sede do BTG

Operação que investiga vazamento de reuniões do Banco Central sobre a Selic

Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal realizam nesta quinta-feira (3) a operação “Estrela Cadente” para cumprir um mandado de busca e apreensão em uma investigação sobre vazamentos de resultados de reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012.

A busca e apreensão está sendo realizada na sede do banco BTG Pactual em São Paulo. O banco informou que o fundo investigado é o Fundo Bintang FIM, que possui apenas um único cotista pessoa física, que não é funcionário e não possui vínculo com o banco (veja íntegra da nota abaixo).

O MPF investiga vazamentos de resultados de reuniões do Copom, de 2010 a 2012. A investigação é fruto da delação premiada de Antonio Palocci.

Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, informação privilegiada e lavagem de dinheiro. O caso está sob segredo de justiça.

A investigação começou após o recebimento de informações em uma delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. O inquérito apura o fornecimento de informações sigilosas sobre alterações na taxa de juros SELIC, por parte da cúpula do Ministério da Fazenda e do Banco Central, em favor de um fundo de investimento administrado pelo BTG Pactual.

A partir do recebimento de informações privilegiadas, o fundo teria obtido lucros de dezenas de milhões de reais.

Nota do BTG

Em nota, o BTG informou que recebeu “pedidos de informação do MPF referentes à operações realizadas pelo Fundo Bintang FIM.”

“O Fundo possuía um único cotista pessoa física, profissional do mercado financeiro que também era o gestor credenciado junto à CVM, que nunca foi funcionário do BTG Pactual ou teve qualquer vínculo profissional com o Banco ou qualquer de seus sócios. O Banco BTG Pactual exerceu apenas o papel de administrador do referido fundo, não tendo qualquer poder de gestão ou participação no mesmo”, disse o banco.

Investigação

O BTG Pactual foi alvo de uma fase da operação Lava Jato em agosto de 2019, quando mandados de busca foram cumpridos em sedes da empresa em São Paulo e no Rio de Janeiro. A ação teve como alvo, também, a ex-presidente da Petrobras Graça Foster.

Na ocasião, o banco disse que a investigação “foi baseada na desacreditada delação de Antonio Palocci, contra uma instituição financeira e um cidadão recentemente vítima de violento erro judiciário reconhecido por todas as instâncias judiciais.”

A delação de Palocci, sobre suspeitas de desvios no BNDES, foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O banco tem entre seus sócios ao banqueiro André Esteves, que já foi preso em 2015 pela PF sob suspeita de obstrução da operação Lava Jato.

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