Marcelo Álvaro Antônio já havia sido indiciado pela PF nesta sexta-feira, acusado de envolvimento no caso das supostas candidaturas laranjas do PSL

Foto: Valter Campanato
O Ministério Público de Minas Gerais decidiu denunciar o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, acusado de envolvimento no caso das supostas candidaturas laranjas do PSL nas eleições de 2018. À época, ele presidia o partido em Minas Gerais. Álvaro Antônio foi indiciado, na manhã desta sexta-feira, 4, pela Polícia Federal (PF).
Mais cedo, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, anunciou que o presidente Jair Bolsonaro “aguardará o desenrolar do processo” para decidir se manterá, ou não, o ministro no cargo. “O presidente da República aguardará o desenrolar do processo. O ministro permanece no cargo”, disse Rêgo Barros.
A Polícia Federal imputa ao ministro Álvaro Antônio a prática dos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita. Segundo as investigações, o partido do presidente Bolsonaro usou candidatas em disputas de fachada para acessar recursos de fundo eleitoral exclusivo para mulheres. Os investigadores atribuem ao ministro o papel de articulador do esquema de laranjas.
A PF já havia indiciado as ex-candidatas Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida. O total de votos recebido pelas quatro foi próximo de 2.100. Elas ficaram em silêncio em audiência na PF, que as enquadrou por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa.
Em julho, a PF também indiciou Mateus von Rondon, assessor especial do ministro, e Roberto Soares e Haissander Souza, que haviam sido presos, por falsidade ideológica, uso indevido de verba e associação criminosa, com pena máxima prevista de nove anos e três meses de prisão, no total. Roberto Soares foi coordenador de campanha de Marcelo Álvaro a deputado federal. Em abril, o ministro do Turismo afirmou que as denúncias partiam de “fogo amigo” de dentro de seu próprio partido.