
Com a criação do programa federal Brasil Semicondutores (Brasil Semicon) em vista, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) quer capacitar a mão de obra local para desenvolver a indústria de semicondutores do Polo Industrial de Manaus (PIM).
O Brasil Semicon busca aumentar a competitividade da indústria nacional e diminuir a dependência de importações, promovendo a produção interna de chips para que o Brasil se torne um fornecedor preferencial para os principais desenvolvedores de tecnologia, como os Estados Unidos.
Dessa forma, a Escola Superior de Tecnologia (EST) da UEA, pretende criar cursos voltados especificamente para semicondutores e estabelecer parcerias com indústrias do PIM para desenvolver projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
“A área de semicondutores é estratégica tanto para Brasil como para Amazonas. Precisamos formar capital humano o quanto antes, porque quanto mais rápido a gente conseguir formar pessoas e empresas para o nosso polo industrial, mais rápido a gente conseguirá essa liberdade”, avalia o diretor da EST/UEA, Jucimar Maia.
A declaração do diretor faz referência à ‘guerra dos chips’ travada entre Estados Unidos e China. Atualmente, 60% da produção global de semicondutores está concentrada em Taiwan.
Essa situação, já tensa, foi agravada pela pandemia de Covid-19, que causou uma escassez desses componentes e afetou a produção de diversos produtos eletrônicos em todo o mundo.
Além disso, um dos principais projetos da UEA é a criação de um Parque Tecnológico dedicado à inovação em semicondutores e outras áreas de alta tecnologia, afim de acelerar o desenvolvimento de novos negócios e fomentar a colaboração entre universidade, indústria e governo.
“Teremos um núcleo de semicondutores, com laboratórios de microeletrônica para o design de chips, por exemplo. Queremos criar sinergias com as indústrias do PIM para abordar desafios específicos, facilitar transferência de tecnologia, fomentar mão de obra qualificada e criar processos de fabricação mais eficientes” concluiu o diretor da EST.
Todo esse incentivo à produção local de semicondutores deve reduzir os custos e tornar os eletrônicos mais baratos e de melhor qualidade para os consumidores.
Em 2024, o gasto global com tecnologia da informação e comunicação (TIC) deve ultrapassar US$ 5 trilhões. No ano passado, o Brasil recebeu apenas 1,6% desse valor, equivalente a US$ 50 bilhões, dos US$ 3,2 trilhões investidos globalmente.