por: 
Com a seca histórica do Rio Madeira, a maior dos últimos 57 anos, a rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho) se transformou na única rota comercial entre o Amazonas, Roraima e Rondônia com o restante do Brasil. O tráfego intenso já começa a provocar congestionamentos de aproximadamente 5km, no trecho do meio, de 400 km, onde a pavimentação da estrada é a mais precária com muitos atoleiros, e nas proximidades das balsas que fazem a travessia dos rios, onde as pontes cairam há dois anos.
Carretas carregadas de insumos, alimentos, água, gás, combustível e outros produtos enfrentam os mais de 800 km de Porto Velho para chegar até Manaus. Para aumentar as dificuldades dos caminhoneiros, as balsas que fazem a travessia dos rios Curuçá e Autaz-Mirim, onde as pontes desabaram nos dias 28 de setembro e 8 de outubro, de 2022, respectivamente, tem dificuldade de operar devido a profundidade do canal.
Uma obra na rampa de embarque do Porto do Ceasa, de onde partem as balsas transportando veículos na travessia para o Carreiro da Várzea, no início da rodovia em Manaus, também provoca congestionamento na área do Distrito Industrial (ver vídeo abaixo).
Na parte asfaltada da estrada até o Careiro Castanho, trabalhadores fazem a manutenção da pista, na altura dos km 129 e 145. Há muitas carretas na fila para o embarque no careiro da várzea no sentido Manaus.
“Boa tarde meu amigo colocar um alerta pra pessoas que trafegam na BR 319 que estamos em período de manutenção da BR ainda então pra respeitarem os profissionais que estão trabalhando muitas das vezes estamos jogando cimento e por isso tem que bloquear no máximo ali 2 horas o trecho pra que lance e o cimento e a Patrol espalhe mas tem pessoas que não tem consciência que e uma melhoria pra todos furam o bloqueio espalham cimento nós ajudantes o cimento e prejudicial a saude então peça pra pessoas terem mas essa paciência com nós estamos ali trabalhando e estamos pra ajudar a todos”, diz mensagem em um grupo de WhatsApp da Associação dos amigos e defensores da BR-319, que reúne milhares de associados que trocam informações em tempo real sobre as condições da rodovia.
CARAVANA
Uma caravana que tem à frente o deputado estadual, Comandante Dan (Podemos), está cruzando a rodovia até Humaitá (600 km de Manaus) e seguirá à Lábrea (852,5 quilômetros). A comitiva, que partiu nesta sexta-feira (20) de madrugada está passando pelas dificuldades enfrentadas por quem usa a estrada diariamente.
“A estrada está razoavelmente trafegável, por conta da estiagem, mas a poeira e a fumaça comprometem a segurança da via, isso sem falar nas esperas intermináveis nas balsas. Há 2.300 metros de fila de carretas voltando de Humaitá, na travessia da balsa do Igapó Açu, e nós em plena emergência climática, precisando de celeridade na entrega dos insumos e de mantimentos”, declarou o deputado, que pretende retornar na próxima segunda-feira (23).
A equipe da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), presidida por Dan Câmara, integra a caravana e coletou relatos de carreteiros que estão, desde segunda-feira (16), na fila. O trecho do Igapó-Açu fica localizado no km 363 de Manaus para Porto Velho, um dos mais impactados pela vazante.
O rio secou demais e está dificultando a travessia de balsa, que só consegue transitar com três veículos. “Com a continuação da estiagem, a balsa ficará inviável. Quais as soluções foram pensadas, se é que foram pensadas?”, questionou o parlamentar, que lidera o movimento “Soluciona BR”.
A caravana deverá pernoitar em Humaitá, onde estão agendadas visitas técnicas e uma Audiência Pública e, a seguir, parte para Lábrea nesta sexta-feira (20/9).
