Os seis rios monitorados pela Agência Nacional de Águas (ANA) registraram, nesta fim de semana novas cotas baixíssimas, aumentando os desafios logísticos. Em um dos portos provisórios, instalados em Itacoatiara, três mil contêineres foram desembarcados na primeira semana de operação.
O pier provisório do porto privado Superterminais começou a receber navios da operadora de transporte marítimo One, que desembarcou os três mil conteinêres para a chamada operação de transbordo, quando a carga é transferida para balsas que tem capacidade de operação em leitos com menor calado e transportam até 100 conteineres por vez.
Essa operação reduz o impacto da seca, mas não dos custos logísticos das empresas da Zona Franca de Manaus, tanto na indústria quanto no comércio.
“A indústria do Amazonas já estimou um sobrecusto de R$ 1,4 bilhão durante a seca histórica de 2023, e, para setembro de 2024, o mercado espera um aumento de 30% no custo do frete rodoviário e 20% na cabotagem. O impacto desse cenário pode ser sentido diretamente no preço final dos produtos, especialmente os fabricados na Zona Franca de Manaus, que podem sofrer um aumento de até 20%”, explica Fernando Balbino, diretor internacional da IBL World, empresa especialista em logística.
De acordo com o executivo, esse aumento pode ser repassado ao preço final dos produtos exportados via Porto de Santos, reduzindo a competitividade no mercado internacional. Para o mês de setembro, os armadores (profissionais que executam todos os procedimentos necessários para o transporte de cargas entre os portos) já decidiram aplicar uma taxa de seca de USD 5 mil por contêiner.
Como está o nível dos rios monitorados pela ANA:
- Rio Madeira: 0m45cm (em vazante);
- Rio Negro: 15m11cm (em vazante);
- Rio Tapajós: 1m36cm (estabilizado);
- Rio Solimões: -2m04cm (em vazante);
- Rio Juruá: 4m58cm (em vazante)
- Rio Amazonas: 2m44cm (em vazante).