Há dois meses funcionando provisoriamente no município de Itacoatiara (a 269 quilômetros de Manaus), o porto flutuante de intermediação para navios de grande porte com cargas para Manaus não tem data para ser desativado.
O porto é operado pelas empresas Chibatão e Super Terminais.
Segundo a equipe de planejamento operacional da Super Terminais, a desativação depende da Marinha do Brasil atestar a navegabilidade do Rio Negro e autorizar a passagem de navios de carga até Manaus.
O porto funciona desde o dia 12 de setembro como alternativa para evitar o desabastecimento do PIM (Polo Industrial de Manaus) e do comércio na capital durante a seca dos rios.
“Nós temos 12 navios operando e até o final da estiagem a previsão é que nós alcancemos o número de 30 navios. Em média, cada operação de descarga e carga dura 28 horas de Itacoatiara para Manaus”, diz Leonardo Queiroz, gerente de planejamento operacional do Super Terminais.
Os navios chegam a Itacoatiara e descarregam os contêineres em balsas que trazem os insumos para Manaus. “Até agora 20 mil contêineres passaram pelo porto de Itacoatiara. Em média, temos 1.800 contêineres em cada navio e cada um fica no porto dois ou três dias para a operação”, diz Queiroz.
As cargas são passadas para comboios de duas balsas com empurradores, que fazem a navegação de dia e de noite. “Cada balsa leva 80 ou 90 contêineres, dependendo da dimensão da embarcação. Em Itacoatiara temos 150 colaboradores e em Manaus a equipe de operações é formada por 600 pessoas”, diz
Ainda segundo Queiroz, quando terminar a seca parte da infraestrutura do porto ficará em Itacoatiara para retomada dos serviços em 2025, caso ocorra nova seca.
“Fizemos um investimento de 55 milhões de reais, com estruturas portuárias, navais, pessoal, e geramos receitas para o comércio do município nas áreas de hotéis e restaurantes e no comércio. Parte do fundeio (atracadouro) vai ficar em Itacoatiara para que se a estiagem voltar em 2025, estejamos preparados”, diz.
Com 277,5 metros de extensão, o píer foi projetado para operar em áreas de baixa profundidade, permitindo que o transporte de mercadorias continue fluindo, mesmo com a redução dos níveis dos rios. “A estrutura faz parte de um plano logístico que visa minimizar os impactos da estiagem na economia do Amazonas, assegurando o abastecimento da Zona Franca de Manaus e do comércio local”, disse o diretor-executivo do Chibatão, Jhony Fidelis.
A operação também incluiu estudos e dragagens em áreas como o Tabocal e a Enseada do Madeira, ações que contribuem para o fluxo contínuo de mercadorias. Conforme Jhony Fidelis, o sucesso do píer flutuante evitou uma crise no comércio e na indústria de Manaus.
O píer já recebeu navios de empresas como Log-In, Mercosul, Aliança, Maersk, Cosco e MSC, sendo o mais recente o navio Pedro Álvares Cabral. A primeira operação, realizada com o navio Log-In Jacarandá, deu início ao fluxo contínuo de cargas transportando 1.032 contêineres. Desde então, navios como o Veracruz, da Mercosul, e o Maersk Jalan, que recentemente movimentou mais de 1.100 contêineres, têm utilizado o píer flutuante, assegurando que insumos e mercadorias vitais cheguem ao seu destino.