
Maior nome brasileiro do badminton atualmente e atleta com três Olimpíadas disputadas, Ygor Coelho passou por uma situação nada agradável no México. O atleta embarcou rumo ao país para disputar a Copa Pan-Americana por Equipes pelo Brasil, mas acabou deportado ao chegar lá.
Ygor Coelho tem 28 anos e é o principal jogador de badminton do Brasil. Descoberto em um projeto social na comunidade da Chacrinha, zona oeste do Rio, tem três participações em jogos olímpicos. Mora na Dinamarca há oito anos. Ele viajou na terça-feira (11) da cidade de Billund, no interior dinamarquês, para o México para disputar a Copa Pan-Americana.
“Quando eu fui fazer o check-in, eles pedem o visto, passaporte e eu entreguei meu cartão de residência e falei: olha, eu posso entrar com isso’. O agente viu meu cartão de residente, pesquisou no site e falou: ‘você está bom para ir'”, relata Ygor Coelho.
Mas, depois de embarcar normalmente, foi impedido de entrar no país quando desembarcou no Aeroporto Internacional da Cidade do México.
Ygor viajava sem um visto mexicano, mas com o comprovante de residência fixa na Dinamarca. De acordo com um formulário, disponível no site da Embaixada do México no Brasil, cidadãos brasileiros que comprovem residir de maneira permanente em uma lista de países que inclui a Dinamarca estão isentos da apresentação de um visto mexicano.
“Eu já entrei no México várias vezes, fui ao México muitas vezes com essa residência. Então, eu não tinha por que… eu vi no site, inclusive, há semanas atrás que a minha residência já era de bom tamanho, suficiente, válida para entrar no México.”
O atleta também mostrou ao funcionário da imigração uma carta-convite da Federação Mexicana de Badminton, reservas de hotel e até a foto de um cartaz promocional do evento, em que ele é um dos destaques. Ygor relata ter sido conduzido a uma sala e forçado a assinar um documento de deportação. Depois, pôde fazer duas ligações. Avisou o técnico, que já estava no México para a competição, e entrou em contato com a Embaixada Brasileira.
“O cara da embaixada, eu não lembro o nome dele, ele falou para mim assim: ‘olha, a imigração faz as regras, eles criam as regras que eles quiserem. A gente aqui não pode fazer nada’.”
Segundo Ygor, a Embaixada prometeu retornar a ligação para ajudar, mas ele não foi autorizado a atender.
“Eu fui preso, fui para uma sala que tinha um cadeado, tinha uns negócios, uma luz, tirou todo meu relógio, meu telefone, não sabia a hora, fiquei incomunicável.”
O Ministério das Relações Exteriores disse que está ciente do caso. Que prestou assistência, mas não pode fornecer mais informações por direito à privacidade. Depois de mais de 24 horas no aeroporto, com pouca água e quase sem comer, Ygor Coelho deixou o México e chegou em casa, na Dinamarca, no fim da tarde desta quinta-feira (13).
Além do prejuízo financeiro, ele deixou de somar pontos importantes na disputa por uma vaga no Mundial de Badminton, que ocorre em agosto, em Paris.
“Eu espero ser ressarcido e poder jogar mais, com ajuda do Comitê Olímpico Brasileiro, do Ministério do Esporte, da confederação. Eu não sei como vai resolver, mas eu não posso deixar barato.”